Entrevistas

‘Do Bronx’ pede chance de encarar Ferguson e explica saída da luta contra Dariush

Imagine 0 seguinte cenário: um lutador acumula sete vitórias seguidas, sendo cinco por finalização e duas por nocaute, e ocupa o sexto lugar no ranking do peso-leve (70 kg) do Ultimate. Então, qual seria o próximo passo natural para este atleta? Enfrentar alguém à sua frente na classificação para chegar perto de uma disputa de cinturão? Mas, pelo contrário, tal possibilidade sequer é especulada para Charles ‘Do Bronx’.

Em seu melhor momento na organização, Charles convive com incertezas sobre sua próxima apresentação. O brasileiro estava com luta marcada para o dia 3 de outubro, diante de Beneil Dariush, número 15 do ranking, mas, por problemas pessoais, não poderá cumprir o compromisso. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, ‘Do Bronx’ rechaçou a especulação de que pediu para sair desse combate por não enfrentar um integrante do top 5 e valorizou seu histórico no UFC.

“Estou há dez anos no UFC e todo mundo sabe que nunca corri de nenhuma luta, e nunca vou fazer isso”, ponderou o atleta, antes de completar seu raciocínio. “Mas, infelizmente, tive alguns problemas, então decidi falar com meu empresário e meus treinadores para sair da luta, me focar no que tinha que fazer para voltar 100%. Não parei de treinar, mas não tinha cabeça para focar em uma luta específica. Estou no meu melhor momento na carreira, com sete vitórias seguidas, e não queria desperdiçar isso. O Dariush é um cara duríssimo e merece meu respeito. Preferi ficar um pouco fora para resolver tudo. Estou resolvendo isso para poder voltar o quanto antes”.

Apesar de admitir que enfrentaria Dariush no futuro, o faixa-preta de jiu-jitsu está atento a uma questão que tem movimentado o noticiário do MMA. Dustin Poirier, especulado para encarar Tony Ferguson no dia 24 de outubro, no UFC 254, está praticamente fora da disputa por um impasse financeiro. Dessa maneira, ‘Do Bronx’ aprovou a chance de encarar o ‘El Cucuy’ em evento que vai acontecer na ‘Ilha da Luta’, em Abu Dhabi (EAU).

“Estou pedindo demais uma oportunidade para lutar com um cara desses ranqueado, que esteja na minha frente. Acho que daria para entrar nessa luta (contra o Tony Ferguson), porque é essa chance que quero faz tempo. Com certeza entraria”, adiantou o lutador, que também sinalizou positivamente para a chance de encarar Dan Hooker, em novembro.

Leandro Bernardes

“É um cara que já falou que queria lutar comigo, eu também disse que enfrentaria ele. Talvez ele só volte em novembro, então seria uma grande honra lutar com ele. Seria uma grande guerra para mostrar o quanto eu estou evoluindo. Não importa qual top 5 venha, vou vencer. Se for o Hooker em novembro, beleza. Tony Ferguson agora, está ótimo também. Vou estar pronto. Eu só preciso de uma oportunidade. Não estou pedindo nada demais. É um direito meu. Eu mereço isso”, completou o atleta de 30 anos.

Apesar de se colocar à disposição para enfrentar Tony Ferguson no UFC 254, o nome de Charles não aparece entre os favoritos para assumir esse posto. Recentemente, Michael Chandler, que na última quinta-feira foi anunciado pelo UFC como novo reforço da franquia, é apontado como o possível adversário do ex-campeão interino da categoria. Ciente desse fato, o brasileiro provocou quem o evita no octógono.

“Não sei o que acontece. Nem quero ficar pensando nisso senão dá depressão. Tem muita gente que vem de vitórias, mas qual deles só nocauteia ou finaliza? Eu não deixo nas mãos dos juízes e mereço essa chance, mas eles não me dão. Eu acho que é medo, respeito. Não sei. Todo mundo que está no UFC quer o cinturão. Então não adianta se esconder, uma hora vai acontecer. A gente vai se trombar. Eu vou ser campeão do UFC, eles queiram o não. Preciso lutar com um cara na minha frente para isso”, disparou.

No Ultimate desde 2010, Charles ‘Do Bronx’ é o recordista de vitórias por finalização na história da entidade, com 14 triunfos deste tipo em seu cartel. Ao todo, em sua carreira, o peso-leve soma 29 resultados positivos, sendo 19 por finalização e oito por nocaute, além de oito derrotas e um ‘No Contest’ (luta sem resultado).

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