Siga-nos

Entrevistas

Diego Lopes questiona alfinetada de ex-campeão sobre title shot: “Não tinha necessidade”

Quando as lutas pelo cinturão são anunciadas no UFC, é comum perceber reações e comentários divididos entre os fãs de MMA. Porém, quando um lutador da empresa toma partido e questiona um casamento de confronto, o assunto toma outra proporção. E foi exatamente isso que o ex-campeão peso-galo (61 kg) e atual top 10 dos penas (66 kg) Aljamain Sterling fez, ao opinar que o russo Movsar Evloev era mais merecedor do ‘title shot’ contra Alexander Volkanovski do que Diego Lopes. O posicionamento público iniciou uma discussão virtual entre os atletas. Mas na visão do brasileiro, ‘Aljo’ não tinha necessidade de alfinetá-lo no primeiro momento.

Em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, o manauara minimizou ter se irritado com a troca de farpas. Entretanto, Lopes lamentou que tal deslegitimação tenha vindo de outro lutador, um companheiro de função. No seu entender, Sterling não precisava expor sua opinião de tal maneira, mesmo que indiretamente, corroborando o ponto de vista de uma outra publicação compartilhada por um perfil voltado para o mundo das lutas. Sendo assim, uma vez mencionado, Diego também entrou no debate e defendeu seu posto, citando sua frequência elevada e disposição para topar desafios como triunfos em sua corrida até o cinturão.

“Não fiquei tão incomodado (com o Sterling). Uma coisa que acho feia é que nós, lutadores de MMA, sabemos o que passamos para chegar no topo, principalmente até lutar pelo cinturão. Se fossem os fãs de MMA falando que não mereço uma oportunidade, beleza. Respeito. Mas quando é um lutador que sabe tudo que a gente sacrifica e vem criticar falando que eu não merecia a chance. É até engraçado. Porque é um cara que não tinha necessidade de falar isso. Até reagi rindo do que ele tinha falado, depois ele perguntou qual era a graça. E a graça é que vou lutar pelo cinturão por ser um dos mais ativos da categoria, enquanto ele e o amigo dele estão negando luta. Essa foi a graça e o cara pegou pilha”, explicou o brasileiro radicado no México.

Duelo contra Volkanovski

De maneira unânime ou não, fato é que Diego medirá forças contra Volkanovski na luta principal do UFC 314, em abril. Entusiasmado para a maior oportunidade de sua carreira, o especialista em jiu-jitsu admitiu que gosta do casamento de estilos contra o australiano. E, apesar da diferença de idade de seis anos entre os dois e dos recentes tropeços de seu adversário nas últimas rodadas, Lopes aguarda a melhor versão do ex-campeão do outro lado do octógono a ser montado em Miami (EUA).

Definitivamente sim (o casamento de estilos me agrada). Eu gosto do desafio e gosto das lutas mais difíceis. Minha carreira tem sido sobre desafios e poder decifrar o estilo de cada lutador, que é único. Cada atleta tem algo específico no seu jogo. Poder sentar e analisar as lutas dele (Volkanosvki) e buscar uma oportunidade para impor meu jogo, é uma luta que gosto muito. Sabemos que no UFC as coisas não são sobre idade (….) A idade é só um número. A galera esquece que o Volkanovski só tem uma derrota com 66 kg, é um cara que tem cinco defesas de título e que teve que subir de categoria para ter novos desafios. Ele teve um bom tempo de descanso, um ano parado para se recuperar. Então estou esperando a melhor versão do Volkanovski”, destacou Diego.

Embalado por grande fase no Ultimate e um verdadeiro fenômeno de popularidade, Lopes chega para o confronto possivelmente em seu auge até então, com cinco vitórias consecutivas no UFC. Volkanovski, por sua vez, tenta voltar à coluna das vitórias após ser nocauteado em sequência por Islam Makhachev e Ilia Topuria nas últimas duas aparições. A seu favor, porém, o australiano tem a experiência e o lastro de ser testado em duelo de cinco assaltos inúmeras vezes nos últimos anos.

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

Mais em Entrevistas