Embora o UFC tenha em mente a ideia de colocar Deiveson Figueiredo em ação em julho deste ano, para a defesa do seu cinturão do peso-mosca (57 kg), o brasileiro não pensa em retornar tão cedo ao octógono mais famoso do mundo. Dessa maneira, o ‘Deus da Guerra’ está com o sinal de alerta ligado e de olho a uma possível ‘represália’ da franquia.
Em sua recente história, o Ultimate não lidou muito bem com negativas de campeões para atuarem quando ele deseja e tomou algumas medidas controvérsias. Em 2021, a companhia criou um título interino no peso-pesado, apenas cinco meses após Francis Ngannou conquistá-lo, por conta do camaronês não estar à disposição para a data planejada pela companhia para sua defesa. Por isso, Deiveson, em entrevista à reportagem da Ag. Fight (clique aqui), detonou uma possível ideia de um cinturão provisório na sua divisão.
“Aí seria muita sacanagem do UFC (criação de um título interino). Eu não podendo lutar pelo cinturão e eles criam um outro. Aí eu vou saber que eles não me querem como dono do cinturão. Vou ter que arrancar a cabeça de quem estiver com o cinturão interino. Para criarem um interino para o Ngannou levou mais de quatro meses. Agora o meu tem dois meses. Não é possível que vão fazer um cinturão interino. Não me recuso a lutar, mas eu tenho que estar 100% e com uma bolsa boa. Tenho que me valorizar. Faço o que eles gostam, dou o show e cobro essa valorização como atleta que vende luta”, afirmou.
A negativa de Deiveson para lutar no meio deste ano tem um motivo claro e ele fez questão de explicar. O atleta natural de Soure (PA) revelou que tem lidado com lesões em ambas as mãos, que tem o impedido de treinar da maneira como gostaria. Por isso, o brasileiro projetou sua volta para somente nos últimos meses do ano.
“Estou lesionado. É uma lesão que não me deixou treinar direito, mal fecho a mão. Estou fazendo fisioterapia para desinchar isso, foi um rompimento da cartilagem. Meu dedo está torto. A outra mão também está lesionada, meu ‘punch’ na manopla não encaixa. São lesões da luta e os caras já querem que eu lute? Não sou máquina. Tenho 34 anos e tenho que cuidar do meu corpo. Para outubro e novembro dá para fechar luta. Quero estar 100% para lutar”, disse o atleta, que atuou pela última vez em janeiro deste ano.
No MMA profissional desde 2012, Deiveson Figueiredo, de 32 anos, soma 21 vitórias, sendo 17 pela via rápida (nocaute ou finalização), duas derrotas e um empate na modalidade. O paraense estreou no Ultimate em 2017 e, dentro do octógono mais famoso do mundo, possui dez triunfos, dois reveses e um empate. Sua mais recente atuação foi em janeiro deste ano, em triunfo sobre Brandon Moreno, por pontos.