Entrevistas
Deiveson desdenha de provocações de Benavidez: “Quem vai machucá-lo sou eu”
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por
Neri Fung
Depois de vencer e não levar para casa o título no primeiro encontro, por não ter batido o peso, e ver Joseph Benavidez, seu adversário, reclamar da falha na balança e justificar a derrota por uma cabeçada involuntária, Deiveson Figueiredo não quer deixar dúvidas sobre quem merece conquistar o cinturão vago do peso-mosca (57 kg) neste sábado (18), no terceiro evento do UFC na ‘Ilha da Luta’, em Abu Dhabi (EAU). Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, o paraense minimizou as declarações agressivas do americano após o duelo inicial, mas prometeu fazê-lo engolir as palavras dentro do octógono.
Frustrado por mais uma disputa de título mal sucedida, Benavidez adotou, em recentes entrevistas, um discurso de ódio direcionado ao brasileiro, justificado, segundo ele, pelo postura de Deiveson após superá-lo no confronto disputado em fevereiro deste ano. Irritado pelo fato de ‘Deus da Guerra’ não ter se desculpado pela falha na balança e ter celebrado o triunfo de forma ostensiva, sendo que em sua visão o mesmo só foi conquistado devido a uma cabeçada involuntária que o teria deixado semi-nocauteado, o americano admitiu que a rivalidade com Figueiredo se tornou pessoal e que tinha como objetivo machucá-lo dentro do octógono.
“Quem muito fala, pouco faz. Ele pode falar que quer me machucar, porque quem vai machucá-lo sou eu. Tudo que eu faço é para machucar, eu não solto golpes para fazer carinho em ninguém, eu entro no octógono para machucar, entro para nocautear. E se for para finalizar, eu vou finalizar também”, rebateu Deiveson, antes de continuar.
“Eu não nasci em berço de ouro, eu venho da selva. Eu fui forjado em um ambiente onde só sobrevivem os fortes, enfrentei altos e baixos na minha carreira e hoje estou no UFC, no melhor evento do mundo. Então, para mim, essa coisa de jogo mental, isso não existe para mim. Se eu tiver que brigar com alguém, pode esperar que eu vou brigar. Vou entrar para nocautear ou finalizar. Eu vou cumprir o que eu estou falando”, prometeu.
Outro ponto levantado pelo rival foi a falha na balança do brasileiro antes do primeiro encontro entre eles, que fez com que apenas Benavidez estivesse apto a ser coroado como novo campeão da categoria dos moscas em caso de vitória. Ciente das dificuldades pela longa viagem para Abu Dhabi e pelos períodos de isolamento social no quarto do hotel em consequência das medidas de prevenção do Ultimate contra o COVID-19, Deiveson exaltou o trabalho feito para que o corte de peso o deixe dentro do limite estabelecido para disputas de título. Nem mesmo a escalação do compatriota Alexandre Pantoja como substituto do combate, em demonstração clara da preocupação do UFC com o assunto, parece incomodar o paraense, que prometeu surpreender a todos.
“Eles estão achando que eu não vou bater o peso, mas eu vou deixar todo mundo sentado na cadeira, para não cair de bunda no chão, e eu vou chegar lá e bater o peso. Isso eles podem ter certeza”, afirmou o ‘Deus da Guerra’, antes de comentar sobre uma possível mudança de adversário de última hora, já que Pantoja pode substituir Benavidez também, caso algo aconteça com o americano.
“Para mim não mudaria nada. Eu conheço muito bem o jogo do Pantoja, já lutei com ele. Se tiver que lutar com ele, vamos lutar. Eu estou pronto para nocautear seja quem for”, declarou Deiveson, relembrando a vitória sobre o compatriota em julho do ano passado.
Deiveson Figueiredo e Joseph Benavidez se enfrentaram em fevereiro deste ano, na luta principal do UFC Norfolk. Em razão da falha na balança do brasileiro na pesagem oficial do evento, apenas o americano poderia ser coroado como novo dono do cinturão vago dos moscas em caso de vitória. Como o paraense venceu o duelo por nocaute técnico, a divisão permanece sem campeão até o momento, o que obrigou o Ultimate a marcar a revanche entre os atletas para o dia 18 de julho, na ‘Ilha da Luta’.
Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.