Entrevistas

Com provável luta em julho, Neiman Gracie busca rivais do topo da divisão do Bellator

Neiman Gracie treina na academia do tio Renzo, nos EUA – Arquivo pessoal

Sem lutar desde junho de 2019, quando foi superado pelo canadense Rory MacDonald, em disputa do cinturão dos meio-médios (77 kg) do Bellator, Neiman Gracie destacou que já está preparado para voltar a atuar e não vê a hora de poder retornar ao cage. O brasileiro adiantou que está em conversas com a organização para definir sua volta e mira adversários da parte de cima da categoria. No entanto, seu desejo de competir esbarra na questão da pandemia do coronavírus, que adiou todos os eventos até o momento.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, o sobrinho de Renzo Gracie revelou que os dirigentes do Bellator prometeram que ele estaria em ação logo no seu primeiro evento de retorno, especulado para acontecer em julho. Dessa maneira, o faixa-preta de jiu-jitsu citou nomes contra quem gostaria de medir forças, principalmente de olho em dar mais um passo rumo ao título da divisão.

“Falei com eles (Bellator) outro dia e me perguntaram como eu estava. Eles ainda não sabem quando vão voltar, mas acho que vai ser em julho e, se tiver esse card, vão me colocar para lutar. Então estou treinando. Queria enfrentar alguém que tivesse perto da disputa de título. A ideia era fazer mais uma ou duas lutas e já lutar pelo cinturão de novo. Ouvi eles falando do Michael Paige ou o (Yaroslav) Amosov, que estão mais perto da parte de cima. Gostaria de enfrentá-los. Fazer uma eliminatória para ver quem luta pelo título”, adiantou, antes de completar o que levou de lição da sua última apresentação, em revés para MacDonald.

“Foi uma luta que aprendi bastante. Lutar pelo título, em cinco rounds. O melhor foi saber que estou pronto para enfrentar qualquer um. Isso foi uma coisa boa que pude tirar essa luta que fiz. A outra é saber que tenho que ser mais malandro, não tentar finalizar o duelo o tempo todo, controlar mais as minhas ações. Também tenho que tentar ficar mais por cima, fiquei muito por baixo, porque acreditei que ia conseguir finalizar”, finalizou o lutador que tem nove vitórias e uma derrota na carreira.

Além da ansiedade para poder lutar de novo, Neiman também convive com outra situação delicada. O lutador mora em Nova York (EUA), uma das cidades mais afetadas pela pandemia de COVID-19. Por isso, o brasileiro admitiu que só tem conseguido treinar sob circunstâncias especiais e com todo o cuidado.

“Está bem chato essa questão, porque Nova York foi um dos lugares mais afetados. Moro um pouco longe da academia, então tinha que pegar um metro. Agora arrumei um jeito de ir de barco e o resto de bicicleta. Ainda estou conseguindo ir, bato uma manopla e dou uma malhada. Me mantenho em forma na medida do possível. A academia está fechada para o público, mas como o Renzo (Gracie) é o dono ele me empresta a chave e vou para lá. Vou com um parceiro por vez fazer um treino”, explicou o atleta.

Além de treinar na academia do tio, Neiman também conta com a presença de Renzo Gracie em todas as lutas que faz em seu córner. Segundo o lutador, é essencial e indispensável ter o ex-lutador do UFC o ajudando nesses momentos antes da luta, principalmente pelas questões técnicas e psicológicas que ele traz.

“Para mim é essencial ter ele junto comigo em todas as minhas lutas. O jeitão dele no vestiário já me acalma logo, tudo é simples para ele (risos). Às vezes tenho dificuldade numa coisa e ele já simplifica, traz aquela descontração boa, me deixa calmo, além do lado técnico, que é importante demais. Para mim ele foi o lutador mais completo da família e desde o começo me incentivou a ser completo, destacou da importância de aprender boxe, muay thai, outras artes marciais. Toda vez que marco uma luta já ligo para ele e pergunto se ele vai estar disponível. Se ele não for, eu também não vou (risos)”, contou.

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