Em setembro de 2018, Thales Leites fez sua última luta de MMA, quando derrotou Hector Lombard em evento do UFC realizado em São Paulo. O faixa-preta de jiu-jitsu competiu por 15 anos na modalidade e, inclusive, teve a chance de ser campeão do peso-médio (84 kg) da liga, quando encarou Anderson Silva em 2009 – em duelo em que foi superado por pontos. Com a carreira de lutador no passado, o atleta natural de Niterói (RJ), começa a trilhar sua história como líder de equipe e mencionou sua inspiração: ‘Dedé’ Pederneiras.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, Thales revelou que seu foco total agora é na Nova União Niterói, academia que comanda. Ao trilhar toda a sua carreira na filial principal da equipe, localizada no bairro do Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro, o peso-médio teve a experiência de aprender diretamente com ‘Dedé’ no dia-a-dia. E é essa experiência que o ex-UFC pretende passar para os mais jovens
“É gratificante ter minha equipe e passar o que aprendi nesse tempo todo, vivenciando todos esses anos tanto no jiu-jitsu, quanto no MMA. Experiência de vida, atleta e quero passar esse aprendizado para frente. Aprendi e continuo apendendo com o Dedé, um profissional nota dez. Procuro replicar tudo que aprendi com ele e toda a trajetória. Com erros e acertos. Aprendi demais e procuro botar para frente. Fazer uma história maneira, ter uma galera legal a favor das artes marciais sempre”, explicou o ex-lutador do Ultimate.
Mas apesar de quase dois anos sem lutar profissionalmente nas artes marciais mistas, Thales ainda encontra um jeito de amenizar a saudade que, segundo ele, de vez em quando bate. Dessa maneira, o ex-lutador, que além de competir no jiu-jitsu, admitiu ter feito treinos específicos e tem a ideia de montar uma equipe profissional de MMA, inclusive com uma jovem promessa oriunda da arte suave.
“De vez em quando faço um treino lá na academia. Estamos começando com uma equipe de MMA, mas treino devagar. Vamos ver onde vai dar e espero que renda bons frutos. De jiu-jitsu, eu tenho uns 30 alunos, e no MMA tinha iniciado uma turma, mas parou tudo agora. Comecei com o Rodrigo Sezinando, um moleque duro que ia até lutar no Shooto. Começamos a treiná-lo, compete direto no jiu-jitsu. Ele queria estrear no MMA agora. Vai estrear quando tudo isso passar. Com tudo isso mudaram-se todos os planos”, contou.
Apesar de ausente das competições, Thales revelou que ainda vê algumas edições do UFC. Questionado qual seria sua postura durante a pandemia, se estaria apto ou não para atuar, o brasileiro afirmou que, por conta de todo o protocolo de sucesso da franquia até o momento, não iria se opor em se apresentar normalmente.
“Se estivesse na ativa e vendo o UFC cumprindo todos os pré-requisitos de segurança, eu lutaria. Não vejo porquê não. Mas é difícil, estamos falando de dois lados né. um que temos que respeitar a pandemia e o outro que o mundo não pode parar. tem que colocar na balança e ver. Depois que passar tudo e ver que ninguém se contaminou, cumprindo as exigências a máquina tem que continuar com as restrições”, confessou.
Em 15 anos de carreira, Thales Leites acumula 36 lutas, com 27 vitórias e nove derrotas. Em sua primeira passagem no Ultimate, o carioca conseguiu seu grande momento na organização, quando enfrentou Anderson Silva pelo cinturão dos médios, mas foi derrotado na decisão unânime dos juízes.