Aposentado do MMA profissional desde 2015, Rodrigo ‘Minotauro’ trabalha junto ao UFC para descobrir novos talentos brasileiros para a organização. E durante esse tempo, o ex-campeão do Ultimate já colocou na franquia grandes nomes que hoje se destacam e estão perto de disputar cinturões da liga, como o caso de Deiveson Figueiredo, que neste sábado (18) encara Joseph Benavidez pelo título do peso-mosca (57 kg). Caso o atleta do país confirme o favoritismo e vença o confronto, o Brasil volta a ter um cinturão masculino, que não acontece desde 2017, quando José Aldo perdeu a coroa do peso-pena (66 kg), e vai somar três cintos na organização, junto com os dois de Amanda Nunes, no peso-galo (61 kg) e peso-pena.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, o embaixador do UFC no Brasil valorizou a nova safra de lutadores brasileiros no Ultimate após o longo trabalho que tem feito durante cinco anos ao lado de cartolas da franquia. A empolgação de ‘Minotauro’ também se deve a muitos atletas do país estarem perto de conquistar o cinturão da franquia. Além do ‘Deus da Guerra’, Paulo ‘Borrachinha’ e Gilbert ‘Durinho’ são os próximos desafiantes ao títulos do peso-médio (84 kg) e peso-meio-médio (77 kg), respectivamente.
“Quando entrei para trabalhar com o UFC fizemos um trabalho de indicação com o Mick Maynard, Sean Shelby e o Dana White fazendo questão de ver os vídeos dos atletas. O Dana tem um olho muito bom, não só de luta, mas como ele sabe promover. O ‘Borrachinha’ foi indicação da gente, vi ele entrar lá, crescer. O Rodolfo (Vieira) também. Peguei uma passagem para Abu Dhabi e fui chamando campeões do jiu-jitsu para lutar MMA, fazer essa transição. A Amanda Ribas também, que foi indicação do Carlão (Barreto). O Deiveson também, que está lutando há muito tempo, o pessoal do Contender como o Johnny Walker, o (Rogério) Bontorin. Essa geração já virou. Vimos essa geração se fortalecer e estão com muita maturidade, com 28, 30 anos. São uma realidade. Viramos uma potência do MMA novamente e não deve nada a gerações passadas”, disse.
E quando ‘Minotauro’ fala de gerações passadas, impossível não mencionar a época em que o Brasil contava com Anderson Silva, Vitor Belfort e o próprio peso-pesado no auge de suas carreiras. De acordo com o dirigente do UFC, essa safra de atletas do Brasil foi única, mas teve uma boa sequência de competidores até chegar a atual, que, para ele, promete recuperar o espaço do país na maior organização de MMA do mundo.
“Aquela (geração) era a seleção (brasileira) de 70 (risos). Só tinha craque. Depois veio uma outra, como 1994 e mais uma agora. A primeira tinha eu, Anderson (Silva), Vitor (Belfort). Já a segunda veio com o (Junior) Cigano, (José) Aldo, Rafael Dos Anjos. Agora tem uma outra tão boa quanto. Você vê o ‘Durinho’, que foi uma descoberta do Vitor, ajudou ele no início de carreira e colocou no caminho. Agora atingiu uma maturidade grande. É bom de jiu-jitsu, wrestling, virou striker”, completou o ex-lutador do Pride e Ultimate.