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Cláudia Gadelha aponta vantagem de luta sem público e destaca habilidade para adaptar troca de rival

Claudia Gadelha não luta desde que venceu Randa Markos – Rigel Salazar

Sem lutar desde julho de 2019, Cláudia Gadelha vai finalmente pisar no octógono novamente neste sábado (16). A brasileira, que inicialmente enfrentaria Marina Rodriguez, no início deste mês, agora encara Angela Hill, no UFC Jacksonville. A mudança de rival aconteceu pela pandemia do coronavírus, que alterou o cronograma da franquia e obrigou o evento a acontecer de portões fechados, sem torcida presente – algo que a peso-palha (52 kg) analisa como um fator positivo para a sua atuação.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, a ex-desafiante ao cinturão da categoria destacou que não ter público não é algo que vai incomodá-la, pelo contrário, vai deixá-la mais focada em sua apresentação. Gadelha comparou essa situação como se ela estivesse dentro de um jogo de videogame.

“Minha vida inteira foi trabalhar meu psicológico para lidar com o público. Acho que não ter público vai ser uma vantagem, um ambiente mais leve e vou ficar focada no que eu tenho que fazer. A questão do ambiente vai ser como se eu tivesse dentro de um videogame, jogando ‘Mortal Kombat’ e saísse do Japão para lutar na China. O que muda é a habilidade de lidar com essas situações todas”, explicou a brasileira.

Desde 2019, Gadelha tem convivido com lutas que não aconteceram. A primeira foi diante de Cynthia Calvillo, que não saiu do papel por conta de uma lesão da brasileira. Na sequência, ela enfrentaria Alexa Grasso, mas sua rival teve problemas no corte de peso e foi retirada do evento. E a última delas, diante de Marina Rodriguez, foi cancelada por conta da pandemia. De acordo com a peso-palha, esses cancelamentos e indecisões mexeram um pouco com sua cabeça, mas que sua experiência a ajudou a lidar com os fatos.

“Essa habilidade de se adaptar em ambientes diferentes eu já consegui ao longo dessa vida. Tive que fazer isso desde cedo, quando me mudei de Mossoró para Natal, de Natal para o Rio de Janeiro e do Rio para os Estados Unidos. Essas transições e mudanças me ensinaram a não me estressar com essas coisas que não temos controle. Foram casos que deram uma balançada em mim, mas fiz tudo para me manter forte, com a cabeça boa e sempre em evolução”, contou a atleta natural de Mossoró (RN).

Apesar de uma incerteza sobre sua luta, ‘Claudinha’ adiantou que se manteve treinando forte em sua casa, onde construiu uma academia. Questionada se precisou fazer muitas alterações com a mudança de oponente, a lutadora destacou que ambas têm um estilo parecido de atuar, valorizando a trocação. Além disso, a peso-palha adiantou que ainda espera enfrentar Marina Rodriguez após passar por Angela Hill.

“São lutadoras diferentes, mas ambas são da luta em pé. A Angela vem tentando imitar o estilo do Dominick Cruz, com movimentação, troca de base e com esse jogo diferenciado. Mas ela é striker, assim como a Marina. O que muda são os detalhes de como me posicionar. Para mim seria melhor a Marina, por ser melhor ranqueada, já que é a número nove. Mas acho que essa luta com a Marina ia acontecer em abril, antes da pandemia, mas ela pediu mais tempo. Mas espero que essa luta aconteça, me interessa bastante”, adiantou, antes de lamentar o fato que sua rival não está dentro do ranking e isso gere uma pressão a mais.

“Penso positivo e que vai dar tudo certo até o momento final da luta. Eu não quero perder para uma atleta que não é ranqueada. E em falando de nível, eu me considero mais completa que ela. Por isso vou para essa luta. Quero uma nova chance de título. Queria que fosse uma atleta mais da parte de cima, mas se a gente não tem, vamos com o que temos”, finalizou a brasileira que ocupa a sexta posição do ranking dos palhas.

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