Nas últimas semanas, o presidente do UFC Dana White tem travado uma guerra com estrelas da organização, inclusive com o super campeão Jon Jones, que reclamou da forma como a liga o tratou quando ele pediu para encarar Francis Ngannou. A bronca do americano se deve a questão financeira, o que também motivou o meio-médio (77 kg) Jorge Masvidal a solicitar maior porcentagem dos lucros da franquia para os atletas. Com essa questão cada vez mais em alta, o ex-campeão dos pesados Junior ‘Cigano’ não se furtou de dar sua opinião.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, ‘Cigano’ preferiu não entrar em polêmica com seu empregador, mas concordou com seus companheiros sobre a necessidade de haver maior reconhecimento financeiro aos atletas. Segundo o peso-pesado, se o Ultimate cresce e cada vez gera mais lucros, o justo seria dividir uma porcentagem maior com os lutadores, por isso, admitiu que o debate sobre essa questão é válido.
“Vejo de uma forma positiva que tenha esse tipo de discussão. Sempre tem que ter um consenso entre a empresa e os lutadores. O MMA é o esporte que mais cresce no mundo, as pessoas amam assistir, traz audiência, atenção e o UFC ganha cada vez mais. Então isso tem que refletir nos atletas também. Mas é difícil comentar, cada um tem seu contrato individual e posso estar sendo injusto com os dois lados. Mas é sempre válida a discussão para entrar em um entendimento”, disse o ex-campeão, antes de comentar sobre a guerra Jon Jones vs UFC e o que ele pode refletir para os outros competidores da franquia.
“Ele (Jon Jones) estava pedindo mais dinheiro para fazer a superluta com o Ngannou e parece que o Dana não gostou disso, né?! Se o Jon Jones, na situação que ele se encontra, sendo o cara que é, imbatível, por mais que a vida pessoal dele seja conturbada, é o cara do UFC, não consegue valor maior, acho difícil para os outros”, concluiu o brasileiro, que dia 15 de agosto encara Jairzinho Rozenstruik, no UFC 252.
Embora ache justo a reivindicação dos companheiros, ‘Cigano’ confessou que sua situação contratual com o UFC é do seu agrado. O brasileiro fez questão de valorizar todos os momentos em que viveu no Ultimate e o que conquistou dentro da organização antes de revelar que recentemente renovou seu vínculo com a liga.
“Tenho um privilégio de estar numa posição que sempre trabalhei duro para construir o que alcancei na minha vida. O UFC mudou a minha vida e sou um cara que valorizo muito cada momento da carreira. Sinto que estou bem e é um bom acordo. Acabei de assinar mais um de seis ou sete lutas. Mas o contrato é bem específico, e o UFC tem a total liberdade para tomar qualquer ação com os lutadores”, explicou o atleta da ATT.