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Entrevistas

Charles Do Bronx se rende a Ilia Topuria e o elege como rival “mais forte” da carreira

Com uma bagagem extensa de 47 lutas profissionais só no MMA, Charles Oliveira já enfrentou todos os tipos de adversários. Mas nenhum deles tinha um poder tão destrutivo nas mãos como o último deles: Ilia Topuria. Após sofrer um nocaute avassalador no UFC 317, no dia 28 de junho, em Las Vegas (EUA), ‘Do Bronx’ abriu o jogo e se rendeu às credenciais de ‘El Matador’, elegendo o agora campeão peso-leve (70 kg) do Ultimate como o oponente que o acertou com os golpes mais fortes dentre todos.

E a opinião não surpreende. Afinal de contas, pela primeira vez em 17 anos de carreira, Do Bronx perdeu a consciência dentro do octógono. Ex-campeão peso-pena (66 kg), Topuria subiu de categoria e conseguiu converter sua letalidade também entre os pesos-leves. Ao ponto, inclusive, de Charles colocar o georgiano radicado na Espanha acima de outros oponentes maiores e mais prendados fisicamente no quesito poder de fogo, como Dustin Poirier e Justin Gaethje.

“São muitos anos ali dentro. Nunca tinha sido nocauteado daquela forma. Perguntei várias vezes o que tinha acontecido, onde eu estava. Nunca tinha acontecido daquela forma. É chato, é ruim, mas faz parte. Com certeza (o Topuria) é o cara que bate mais forte (que já lutei). Foi o que me bateu mais forte, não tem nem como negar. Já tomei muitas pancadas de caras duríssimos: Justin Gaethje, Dustin Poirier, Michael Chandler. Todos me deram pancada, knockdown e mexeram (comigo). Mas de verdade, o cara bate muito duro”, relatou Charles, em entrevista exclusiva à Ag Fight.

Baque inédito

A derrota para Topuria marcou o 11º revés da trajetória de Do Bronx no MMA. Por outro lado, o mais recente tropeço trouxe algo até então inédito. Além da frustração de ‘bater na trave’ em uma disputa de título e perder a chance de voltar a ser campeão, o brasileiro acabou sendo brutalmente nocauteado na luta principal de um dos eventos mais aguardados da temporada, durante a tradicional ‘Semana Internacional da Luta’. Tal contexto atrelou uma dose extra de melancolia para o resultado, segundo o próprio faixa-preta admitiu.

“Não é que doeu mais (essa derrota), mas me deixou chateado e triste pela forma que a derrota foi. Nunca tinha sido nocauteado. Já tinha tomado ‘knockdown’ ou nocaute técnico, mas nunca tinha sido nocauteado. Tomei ali, levantei e estava de boa. Mas ali, não. Não sabia o que tinha acontecido, não sabia como eu estava. Foi algo novo para mim. Mas faz parte, é o MMA. É imprevisível”, frisou

No momento, com sua família e amigos para digerir o resultado, Do Bronx não quer permanecer muito tempo parado. Aos 35 anos, o brasileiro ressaltou que seu plano é voltar ao octógono mais famoso do mundo ainda nesta temporada – provavelmente em novembro ou dezembro. Agora resta saber contra quem o Ultimate irá escalar Charles, atual número 3 do ranking, na próxima rodada.

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Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

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