Charles Oliveira tem em sua frente uma nova oportunidade de conquistar o cinturão do peso-leve (70 kg) do UFC. E, para voltar a ocupar o trono da categoria, ‘Do Bronx’ vai precisar passar por Islam Makhachev na luta principal da edição de número 280, que acontece neste sábado (22), em Abu Dhabi (EAU). Curiosamente, o amigo de Khabib Nurmagomedov, assim como o brasileiro, é especialista no grappling, mas tal característica não assusta o veterano que integra o Ultimate desde 2010.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, Charles analisa o encontro com Makhachev e, por mais que esteja confiante para a aguardada batalha que vai definir o campeão do peso-leve, reconhece que o rival possui qualidade por ter um estilo de luta pragmático. Ao estudar o russo, ‘Do Bronx’ mostra estar ciente de que ele vai apostar no wrestling e na força para controlar o duelo. Contudo, o brasileiro revela que está bem treinado na área por Alireza Noei, iraniano especialista em quedas. De qualquer forma, caso seja derrubado por Islam, o paulista minimiza o risco do combate, porque é o maior finalizador da história do UFC e jamais deixa a arte suave de lado.
“Ele é um cara que com certeza vai querer me botar para baixo sim, porque é o jogo dele. Ele não muda. Ele vai querer ficar me amassando o tempo inteiro, tentando fazer bastante isometria, esse é o jogo. Sou apaixonado pelo jiu-jitsu. Comecei no jiu-jitsu, então sinto falta disso, mas é como eu falei. O Charles é um lutador de MMA profissional. Creio eu que não vai ser tão fácil me botar para baixo também. Na realidade, estou treinando wrestling há um bom tempo. O Ali está com a gente há um bom tempo. Muitos acham que ele veio para esse camp, mas não, ele já tem alguns anos com a gente. Foi muito bom. Tenho um carinho gigantesco pelo Ali e ele por mim. Foi muito bom para todos nós esse timing de ter o Ali com a gente”, declarou o ex-campeão do UFC.
E se Charles sinaliza que o único ponto forte de Makhachev é o wrestling, por outro lado, frisa que possui mais armas para vencer o confronto, já que, em seu entendimento, é um lutador de MMA completo. Vale pontuar que, além do alto nível no jiu-jitsu, ‘Do Bronx’ também demonstrou evolução na trocação ao surpreender recentemente rivais especialistas em striking, justamente na luta em pé. Confortável no setor, o brasileiro não esconde que visa nocautear Islam no primeiro round, na frente de seus fãs. E, para conseguir tal feito, o paulista adianta que vai perseguir e pressionar o rival no octógono para deixá-lo desconfortável, sem espaço para utilizar seu jogo de quedas.
“Sou um lutador de MMA profissional. Creio eu que tenho bem mais armas. É uma luta que tenho que ter muito cuidado, não posso errar, não posso brincar. Sou um franco-atirador, vou andar para a frente como sempre andei. A gente sabe o que ele tem de melhor, como no que eu tenho de melhor. Acredito no poder de fogo das minhas mãos, acredito no meu jiu-jitsu, por isso sou o maior finalizador da história do UFC. Independente de qualquer coisa, o mais importante é como você está mentalmente, fisicamente e espiritualmente e estou muito feliz”, concluiu.
Charles Oliveira, de 33 anos, vive sua melhor fase no MMA e possui uma sequência de 11 vitórias, sendo dez pela via rápida e as mais recentes sobre Dustin Poirier, Justin Gaethje e Michael Chandler. Conhecido no esporte pelo jiu-jitsu de alto nível, ‘Do Bronx’ mostrou que sua trocação também representa uma ameaça aos oponentes. Atualmente, o brasileiro é o líder do ranking do peso-leve do UFC, mas não possui o cinturão da categoria por conta de uma falha na balança. Seu cartel profissional é composto por 33 vitórias, sendo 30 pela via rápida, oito derrotas e um ‘no contest’ (luta sem resultado).