Entrevistas
Charles Do Bronx afasta concorrência e reforça foco no título: “Desafiante nº 1”
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por
Diego Ribas, em Las Vegas (EUA)
Um dos campeões mais dominantes do atual plantel do UFC, Islam Makhachev não tem luta marcada até o momento. E a indefinição no próximo passo do russo abre margem para que alguns candidatos pleiteiem o posto de próximo desafiante ao cinturão dos pesos-leves (70 kg). Com fortes nomes na disputa do ‘title shot’ como Ilia Topuria, Justin Gaethje e Arman Tsarukyan, Charles Oliveira decidiu se posicionar. Ex-campeão, ‘Do Bronx’ afastou a concorrência e reforçou seu status de ‘virtual próximo da fila’ em uma eventual disputa do título linear da categoria.
Em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, o especialista em jiu-jitsu destacou que se considera o desafiante número 1 ao reinado de Makhachev, apesar de despontar atualmente na segunda posição do ranking até 70 kg. Atento às movimentações do noticiário, Do Bronx admitiu que subiu o tom e resolveu desafiar diretamente o pupilo de Khabib Nurmagomedov – postura pouco habitual em sua carreira – motivado pelas mensagens de seus próprios fãs nas redes sociais.
“O próximo da fila sou eu. O desafiante número 1 sou eu. Acho que eu não precisava subir o tom. Mas meus fãs são muito próximos de mim. E eles veem esses caras falando um monte de coisas e a gente quieto, aí eles ficam com receio da gente ficar para trás. Acordei de manhã com muitas mensagens, principalmente pelo ‘post’ do Topuria falando aquelas besteiras. Então quis fazer aquele vídeo para realmente mostrar que quero lutar na (International) ‘Fight Week’, que eu sou o desafiante número 1, que realmente eu mereço essa luta (com o Makhachev). Eu sou o cara que tem que lutar pelo título. Não falei para cutucar ninguém ou aparecer, é porque realmente o desafiante número 1 sou eu”, reforçou Charles.
Plano B
Disposto a voltar a competir o quanto antes, Do Bronx possui um ‘plano B’, para caso Makhachev só volte ao octógono em outubro, provavelmente em Abu Dhabi (EAU). De olho no card da ‘Semana Internacional da Luta’, programado para o fim de junho, o brasileiro admite que um confronto diante de Max Holloway pelo cinturão ‘BMF’ (atleta mais durão) no show numerado, em Las Vegas (EUA), seria uma boa alternativa, até por conta do histórico que possui com o striker havaiano.
“Estou em busca do título. O meu ‘tiro número 1’, com certeza é o Makhachev. Essa é a luta que a gente tem que fazer. Porém, olhando por outro lado, pensei que o Makhachev não iria querer lutar na (International) ‘Fight Week’, e sim mais para frente. Então por que não essa luta pelo (título) ‘BMF’ contra o Max Holloway? Seria uma grande luta. Todos sabem que na primeira vez que a gente se enfrentou eu tive uma lesão no meio do round. Ele não me nocauteou ou finalizou, tive que sair por uma lesão. Esses são os meus dois pontos (possíveis). Dois cinturões (linear ou BMF)”, analisou o brasileiro.
A última vez que Charles entrou em ação foi há cerca de cinco meses, no UFC 309. Na oportunidade, o faixa-preta de jiu-jitsu derrotou Michael Chandler e se manteve no pelotão de elite dos pesos-leves. Aos 35 anos e disposto a se tornar campeão novamente em breve, Do Bronx é dono de um cartel no MMA profissional de 35 vitórias, dez derrotas e um ‘no contest’ (sem resultado).
Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.
