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Entrevistas

César Almeida se solidariza com rival após nocauteá-lo de forma assustadora no UFC

No sábado (11), César Almeida aplicou um dos nocautes mais brutais dos últimos tempos. Com um preciso e potente cruzado de esquerda, o peso-médio (84 kg) brasileiro levou Abdul Razak Alhassan à lona, garantindo sua vitória no card principal do UFC Vegas 101. Após o golpe, o ganês caiu desacordado no chão, onde permaneceu inconsciente durante alguns minutos, deixando todos que acompanhavam o combate preocupados, inclusive o próprio ‘Cesinha’, como revelou o lutador paulista em entrevista exclusiva à Ag Fight.

Apesar de contar com uma larga experiência no kickboxing, modalidade na qual a trocação é o foco e, portanto, produz mais nocautes do que o MMA, o striker paulista admite que ver seu oponente ficar tanto tempo desacordado após o nocaute o pegou desprevenido. Por isso, mesmo feliz pelo importante triunfo conquistado no UFC Vegas 101, Cesinha Almeida faz questão de se solidarizar com Abdul Razak Alhassan e desejar uma pronta e completa recuperação para o ganês, que precisou de ajuda para deixar o octógono no sábado.

“É a primeira vez que eu nocauteio assim, de acontecer isso. A gente não quer o mal da pessoa, mas aconteceu. No kickboxing, eu já tinha nocauteado uma vez assim no kickboxing. É difícil (ver o rival inconsciente). No momento, eu estava comemorando, não me liguei muito na gravidade do que tinha acontecido. Mas é o nosso esporte, a gente está sujeito a isso. Poderia ter sido eu, como foram vários amigos com quem já aconteceu isso. Espero que ele se recomponha, volte bem, se recupere bem, e volte ao cage o mais rápido possível“, declarou o brasileiro.

Preparação para o nocaute

O devastador golpe que rendeu a terceira vitória de Cesinha em quatro combates no UFC não surgiu por acaso. Pelo menos é o que garante o próprio striker paulista. De acordo com o mesmo, as tendências do jogo de Alhassan foram identificadas por ele e sua equipe durante a preparação para a luta. Mais do que isso, a resposta aos movimentos preferenciais do africano foram treinadas exaustivamente por Almeida, inclusive no vestiário antes de subir no cage.

“Já sabia que ele ia botar uma blitz. Todas as lutas dele, ele faz isso. Quando ele conecta uma mão, ele sai jogando vários cruzados. E a gente sabia que ali era o momento de pegar, se acontecesse. Ou quando ele botava pressão na grade, tentando derrubar, ele volta e joga umas mãos – era um momento que ele ia se abrir e a gente ia conseguir conectar. A gente treinou isso antes, no backstage, para jogar o cruzado junto com a mão direita dele. Então, eu bloqueei a esquerda, ele já estava com a direita preparada, eu joguei a esquerda, antecipou a dele, a minha mão entrou e foi boa”, contou César.

Agora, César Almeida soma três vitórias e apenas uma derrota no octógono do Ultimate. Assim, o peso-médio deve se colocar à beira de uma vaga no top 15 no ranking da divisão, que pode chegar com mais um triunfo em seu próximo compromisso, dependendo de quem será seu oponente. No total, o ex-kickboxer brasileiro, de 36 anos, acumula sete triunfos e um revés no MMA profissional.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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