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Carlos Prates faz mea culpa após derrota no UFC: “Tenho que ser lutador de MMA”

O tropeço diante de Ian Machado Garry na luta principal do UFC Kansas City, no último sábado (26), não foi a primeira derrota na carreira de Carlos Prates, mas, de acordo com o próprio atleta brasileiro, foi a mais doída. Mesmo assim, o meio-médio (77 kg) da equipe ‘Fighting Nerds’ – 13º colocado no ranking do Ultimate – tenta enxergar um lado positivo no revés e, quem sabe, tirar um aprendizado que o possibilite crescer – como lutador e pessoa.

Depois de tirar uns dias para digerir sua primeira derrota no octógono mais famoso do mundo, Prates conversou de forma exclusiva com a reportagem da Ag Fight e fez um ‘mea culpa’ sobre os erros cometidos por ele na luta contra Ian Garry no UFC Kansas City. Na visão do striker paulista, inclusive o resultado do combate poderia ter sido outro caso tivesse seguido a estratégia traçada em conjunto com seus treinadores e, principalmente, diversificasse mais seu jogo, evitando focar apenas na manutenção da luta em pé – sua especialidade – a todo custo.

“Eu refleti muito depois da luta e escutei isso também de um dos treinadores: ‘O striker quer machucar o adversário para ganhar a luta. O grappler está preocupado em ganhar a luta’. É o que os caras fazem: Belal Muhammad, Sean Brady… Não interessa como, os caras ganham a luta. Em vários momentos da luta, eu tive a oportunidade de fazer isso. É uma coisa que eu aprendi, que eu tenho que botar no meu jogo. Tenho que, na verdade, ser um lutador de MMA. Não tem mais espaço para ‘ah ele é do muay thai’. Lógico que a minha intenção é continuar nocauteando, ganhar os bônus, mas em uma luta dessa… Ali no terceiro round eu vi que tinha perdido o 1 e o 2, e se eu boto ele para baixo no terceiro e ganho o quarto e o quinto? E é uma coisa que não estava muito distante, ele não era muito forte”, analisou Prates.

E se?

Uma das questões que mais atormentam os atletas – independentemente do esporte que praticam – após uma derrota é o que poderia ter sido feito diferente para evitar o resultado negativo. E Carlos Prates não foge à regra. Já com a cabeça fria e depois de ter revisto o confronto do último sábado, o meio-médio brasileiro lamentou as oportunidades perdidas por ele para mudar o rumo da disputa contra o irlandês Ian Garry.

“Todas as quedas que eu defendi foram do mesmo jeito, só que nem todas eu fiz a raspagem que fiz no final porque eu queria ficar em pé, e algumas realmente não tinha a oportunidade de fazer aquela raspagem, mas eu podia atacar e ficar por cima. A luta inteira foi eu defendendo queda e quando eu podia ficar por cima, eu soltava e deixava ele livre. Das coisas que a gente fica se perguntando quando perde, eu fiquei: ‘E se eu pegasse as costas? E se eu fizesse isso?’. Com certeza, se eu fizesse esse jogo, eu teria ganhado. O ‘se’ mais certo que eu tenho na minha cabeça é: ‘E se quando ele viesse me quedar, eu invertesse e ficasse por cima, tipo um minuto, um minuto e meio em cada round?’, eu tinha ganhado a luta”, lamentou o paulista.

O revés diante de Ian Garry no UFC Kansas City interrompe – ao menos momentaneamente – a ascensão de Carlos Prates na organização. O brasileiro, de 31 anos, estreou no evento em fevereiro do ano passado e rapidamente ganhou notoriedade entre fãs e especialistas, vencendo seus quatro primeiros compromissos no octógono mais famoso do mundo por nocaute – retrospecto que o levaram a ocupar uma vaga no ranking top 15 dos meio-médios.

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Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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