Com apenas quatro lutas disputadas no octógono, Carlos Felipe ‘Boi’ já conseguiu o que muitos atletas passam toda a carreira correndo atrás: conquistar a simpatia dos fãs. Seja pelo estilo de luta agressivo, pela facilidade de comunicação com o microfone em mãos ou por algo mais abstrato, como o carisma natural de cada ser humano, o peso-pesado baiano já se tornou uma espécie de símbolo ‘cult’ dentro da comunidade do MMA, especialmente no Brasil.
Neste sábado (16), o peso-pesado – que saiu ovacionado pelo público norte-americano presente no UFC 263, no Arizona (EUA), após vencer uma intensa batalha de três rounds contra Jake Collier, em junho deste ano – retorna à ação, no ‘co-main event’ da edição ‘Vegas 40’, diante do ex-campeão Andrei Arlovski. Um confronto que foi pedido publicamente por ‘Boi’ e que, inclusive, teve o auxílio de seus fãs na campanha para que saísse do papel.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, ‘Boi’ comemorou a rápida identificação com os fãs, apesar de ainda dar os primeiros passos em sua trajetória no UFC. O baiano ainda tentou explicar qual seria a origem para tal relação e citou sua postura dentro e fora do octógono como fundamentais neste processo.
“Acho que é a junção de todos os fatores. Não adianta nada você ser um lutador extraordinário, mas chegar na hora de dar entrevista, você não saber se comunicar, não saber falar, não saber se vender. Então, acho que é uma união de fatores. Sem contar que eu me considero uma pessoa muito verdadeira. Acho que a galera – principalmente os fãs brasileiros – se identifica com isso, por eu não tentar forçar uma coisa que eu não sou. (…) Acho que isso acaba passando um tom de veracidade, de uma pessoa verdadeira”, comentou Carlos Felipe, antes de completar.
“(Percebo esse carinho dos fãs) principalmente em rede social. Por exemplo, quando eu pedi a luta com o Arlovski, rolou até um mutirão na internet com a galera do Brasil. A galera pedindo, fazendo meme, marcando. É uma coisa que eu ainda não estou acostumado. Mas, claro, que é maravilhoso. Fico feliz demais com isso. Acredito que é o fruto do meu trabalho. Eu sou um cara que, se eu estou no octógono, eu estou disposto a morrer, ou a matar. Para me derrotar, tem que praticamente me matar. Isso faz com que as pessoas acabem gostando de mim. Porque o brasileiro é um povo guerreiro. Então, eu acho que a galera se identifica”, concluiu.
No MMA profissional desde 2014, Carlos ‘Boi’ soma, até o momento, 11 vitórias e apenas uma derrota em seu cartel. O único revés de sua carreira ocorreu justamente em sua estreia pelo UFC, em julho de 2020. Desde então, o peso-pesado se recuperou e engatou uma sequência de três triunfos sobre Jake Collier, Justin Tafa e Yorgan de Castro, todos eles por pontos.