Sair do Brasil para ganhar a vida no exterior costuma ser uma tarefa árdua. E para os lutadores de MMA não é diferente. Mairon Santos é uma prova viva disso. Campeão da 32ª edição do ‘The Ultimate Fighter’, o jovem de apenas 24 anos se desdobrou para conciliar o lado financeiro com a rotina e vida de um atleta profissional. Em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, ‘A Lenda’, como o carioca é conhecido, revelou que durante a preparação para a final do reality show – que o coroou com uma vaga garantida no UFC – precisou trabalhar fazendo ‘bicos’ como entregador, cuidador de cães e limpador de vans, dentre outras funções.
Cria do Rio de Janeiro, Mairon se mudou para Las Vegas (EUA) em busca de melhores treinos e oportunidades para sua carreira de lutador profissional. Mas, na ‘Terra do Tio Sam’, o jovem não conseguiu se manter focado apenas em seus compromissos como atleta. Sua história se assemelha a do atual campeão peso-mosca (57 kg) do Ultimate que, em determinado momento, precisou trabalhar como garçom e motorista para manter vivo seu sonho de integrar a organização. Disposto a repetir o mesmo sucesso Alexandre Pantoja, Santos admite que se inspira na trajetória do compatriota.
“Para quem não sabe, durante esse camp todo eu estava trabalhando e treinando. Sempre gostei de treinar três vezes ao dia, mas tive que diminuir para duas. Trabalhava fazendo entrega de comida, trabalhava olhando cachorro, passeando com cachorro. Trabalhava limpando van, com limpeza. Trabalhava de tudo que aparecesse aqui. O sonho americano para quem é lutador é muito difícil, mas graças a Deus isso vai acabar. 100% (do tempo). Agora tudo vai ser voltado para minha carreira. Chega de trabalhar porque odeio trabalhar, só quero treinar e lutar agora (risos). É uma inspiração, quando vi essa declaração (dele), estava enfrentando a mesma coisa. Hoje ele é campeão do UFC. Então um dia, inspirado pelo Pantoja, também quero ser campeão do UFC”, revelou o jovem carioca.
Alívio com entrada no UFC
Além do título do TUF 32 na categoria dos pesos-penas (66 kg), Mairon conquistou um contrato com o Ultimate. Agora, oficialmente atleta da maior organização de MMA do mundo, o brasileiro tende a ter uma estabilidade financeira maior. Mesmo com os pagamentos ‘de entrada’ concedidos aos atletas recém-contratados, a tendência é que o lutador carioca consiga largar de vez os chamados ‘bicos’ para focar única e exclusivamente em sua rotina como atleta profissional.