Entrevistas

Brasileira que luta pelo cinturão do Bellator se inspira no sucesso de compatriotas

Para muitos fãs de MMA, o esporte se resume ao UFC, mas a modalidade é muito mais ampla e uma das organizações que mais cresce no cenário do esporte é o Bellator. Aos poucos, a companhia também ganha força no Brasil, já que possui Cris ‘Cyborg’, Douglas Lima e Patrício ‘Pitbull’ como campeões – e o país pode conquistar mais um cinturão. Nesta quinta-feira (10), será realizada a edição de número 254 do show, nos EUA, e tem como luta principal a disputa pelo título do peso-mosca (57 kg) entre a campeã Ilima-Lei Macfarlane e a desafiante Juliana Velasquez, que abriu o jogo.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, a atleta da ‘Team Nogueira’, ainda invicta no MMA, ignorou o status alcançado pela adversária e lembrou que seu registro no esporte também tem peso. A brasileira comentou a possibilidade de se colocar no mesmo patamar das demais estrelas brasileiras do Bellator e revelou ser fã de Cyborg, campeã do peso-pena (66 kg) da companhia.

“Minha função é lutar. Vim para fazer o meu nome, o meu trabalho, dar o meu melhor e levar o cinturão para a casa. Não importa se ela é conhecida ou não. Ninguém quer mais esse titulo do que eu. São poucas as atletas que tem o meu recorde. Não acredito em uma responsabilidade. Será uma grande honra estar do lado de pessoas com grande nome, como a Cyborg. Entrei no MMA sendo muito fã dela. Já tive a oportunidade de ser da mesma equipe do Patrício. Ainda não conheço o Douglas. Será uma honra entrar nesse time de brasileiros com o cinturão”, destacou Juliana.

Juliana, que não atua há quase um ano, minimizou a falta de ritmo de luta diante de MacFarlane. A brasileira também ressaltou que a intensidade dos treinamentos vai compensar o período de inatividade, prometeu vencer pela via rápida e não tem dúvida de que vão protagonizar uma batalha em cima do ringue.

“Meu trabalho é lutar. Não é o peso desse ano parada que fará diferença para mim. Estou me sentindo muito bem e preparada há muito tempo para essa luta. Só esperei o momento certo. O treinamento não parou, sempre foi duro, como se fosse uma luta. Depois de cada treinamento com os homens, pela força, chega a ser mais difícil do que a luta. Treinei com duas mulheres, mas estou acostumada a treinar com homens. Com certeza, treinar com eles é difícil, mas eles me fortalecem. Se ela me der a oportunidade de nocautear, vou nocautear. Se a luta for para o chão, estou com meu jiu-jitsu em dia também e vou tentar finalizar. Estou preparada para tudo. Será uma grande luta, de quem tem mais coração, de quem quer mais vencer e um desafio para nós duas. Acima de qualquer coisa, existe o fairplay”, decretou.

O crescimento do Bellator, tanto em popularidade quanto em nível de competitividade, fez com que muitos atletas desafiassem seus companheiros de profissão que atual no UFC, em um cenário que sempre existiu no imaginário dos fãs. Apesar de não ser dona do cinturão, Juliana não se opõe ao ‘crossover’ entre as organizações, porque ele oferece uma possibilidade de crescimento profissional e, inclusive, manifestou o interesse em enfrentar outra campeã, Valentina Shevchenko.

“É sempre legal essa oportunidade, a troca entre os atletas. Pegar uma campeão de outro evento, que tem muita bagagem, como a Valentina, não podemos tirar o mérito dela. É uma grande atleta. Se eu conquistar esse cinturão, com certeza, gostaria muito de lutar contra ela, se possível. Acho incrível ver os campeões querendo se enfrentar”, finalizou.

Juliana Velasquez, de 34 anos, estreou no Bellator em 2017 e vive excelente fase na carreira. A brasileira superou Na Liang, Rebecca Ruth, Alejandra Lara, Kristina Williams, Bruna Ellen, alcançou a posição de desafiante do peso-mosca e tem a missão de destronar e tirar a invencibilidade da campeã.

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