No dia 4 de maio desta temporada, no UFC Rio, José Aldo realizou sua última luta prevista no então contrato com o Ultimate e se tornou um ‘agente livre’ no mercado. Como não poderia deixar de ser, o ex-campeão peso-pena (66 kg) da organização foi bastante sondado e recebeu ofertas difíceis de recusar, com promessas financeiras generosas. Desde combates no boxe até mesmo a vaga prometida em outras companhias de MMA, o ‘Rei do Rio’ se tornou um ativo visado no meio dos esportes de combate. Entretanto, mesmo sendo alvo de propostas de encher os olhos, o lutador brasileiro reforçou sua lealdade junto ao UFC e renovou seu vínculo com a liga presidida por Dana White.
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Em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, Aldo revelou que já havia um acordo para que ele lutasse boxe no evento liderado pelo confronto entre Jake Paul e Mike Tyson, com transmissão da Netflix. Já no MMA, o brasileiro admitiu que recebeu sondagens da PFL, que recentemente se fundiu ao Bellator – alguns dos principais concorrentes do UFC. E mesmo com ofertas mais lucrativas na mesa, o veterano manauara optou em retornar para o octógono mais famoso do mundo em busca de um único objetivo: se tornar campeão novamente.
“Pude fazer a luta no UFC Rio, logo depois a gente ficou livre (no mercado). Recebi inúmeras propostas, até propostas melhores que a do UFC. Mas não, eu nasci aqui dentro e quero terminar aqui dentro a minha história. Então voltei para ser o campeão. No boxe, já estava fechado uma luta já, no card do Jake Paul com o Mike Tyson, na Netflix. Mas logo em seguida a gente renovou o contrato e está aqui de novo. Mas sim, recebi propostas também de outros eventos, PFL e Bellator. Mas falei com o Dedé que queria voltar para o Ultimate para ser campeão. Por isso que estou aqui. Balançar, sempre vai balançar financeiramente (outras ofertas). Mas estava focado, falei que queria ser campeão. Se eu lutar por isso (dinheiro), é melhor eu nem estar aqui. Foge daquilo que acho que é certo, da minha origem. Desde o início, falei: ‘Dedé, não importa a proposta’”, revelou Aldo.
Caminho ‘sem atalhos’ até o título
Com um currículo e legado que o ex-campeão possui nas artes marciais mistas, é natural que ‘atalhos’ surjam para subir no ranking e chegar ao almejado ‘title shot’. Ciente de seu peso, Aldo, porém, afasta qualquer tipo de tratamento especial e reforça que pretende ser beneficiado com outra disputa de cinturão apenas por seus méritos dentro do octógono. E seu próximo desafio comprova o discurso do brasileiro. Afinal de contas, atualmente na décima posição do ranking dos galos (61 kg), José encara Mario Bautista, 11º colocado da categoria, sete anos mais jovem e embalado por seis vitórias seguidas no UFC. O casamento contra um oponente bem menos popular demonstra que, de fato, o pupilo de Dedé Pederneiras está disposto a voltar ao posto de campeão ‘na bola’, como diz o jargão do futebol.
“O campeão voltou, estamos de volta. Quando voltei, foi para ser campeão. Foi por isso que pedi a luta. Por isso que fizemos a negociação, até chegar nisso. Não (teve acordo pelo cinturão). Me sinto muito igual a todo mundo. Óbvio que tem um peso diferente pelo fato de ser quem eu sou. Mas queria me provar. Se me oferecessem hoje uma luta com o número 1 do ranking, seria ótimo para mim, porque estaria muito mais próximo de lutar pelo título. Mas já que me ofereceram o Mario, fechamos a luta sem problema. Vou chegar lá dentro, fazer minha parte e depois a gente tenta galgar, beliscar um pouco mais próximo ali da disputa (de título). Tenho que chegar lá dentro e fazer uma grande performance, grandes lutas. Sei que tanto o UFC quanto os fãs querem que isso aconteça. Tem uma frase escrita do lado da minha cabeceira, que sou obcecado por vitórias, título. É isso que me motiva. Se um dia eu perder isso, você não vai me ver mais aqui”, explicou o atleta da ‘Nova União’.
Registro de Aldo no MMA
José Aldo, de 38 anos, é um dos principais representantes do Brasil na história dos esportes de combate. O atleta estreou pelo UFC em 2011, foi campeão do peso-pena, disputou o título do peso-galo e se tornou integrante do ‘Hall da Fama’ da organização. Em sua carreira, o ‘Rei do Rio’ venceu 32 lutas e perdeu oito vezes. Seus principais triunfos foram sobre Chad Mendes (duas vezes), Chan Sung Jung, Cub Swanson, Frankie Edgar (duas vezes), Kenny Florian, Marlon Vera, Mike Brown, Pedro Munhoz, Renato ‘Moicano’, Rob Font e Urijah Faber.