Ex-campeã do peso-palha (52 kg) do Ultimate, Jéssica ‘Bate-Estaca’, neste sábado (17), vai fazer sua primeira apresentação no peso-mosca (57 kg) da organização, quando encara Katlyn Chookagian. A brasileira, que novamente estará em ação na ‘Ilha da Luta’, em Abu Dhabi (EAU), revelou o motivo de mudar de categoria, citou a expectativa que a nova luta traz para a sua carreira e fez um alerta para a sua adversária.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, a brasileira, primeiramente, destacou o motivo de fazer um duelo na divisão de cima. Desde 2016 no peso-palha, após passagem pelo peso-galo (61 kg) em suas primeiras apresentações na organização, Jéssica adiantou que pretende ser uma espécie de ‘coringa’ do Ultimate, ficando à disposição para lutar em todas as categorias. Além disso, ressaltou que um triunfo sobre a número um do ranking dos moscas pode colocá-la perto de uma chance pelo cinturão.
“Eu me ofereci para o UFC, que se eles precisassem, poderiam me colocar. Na minha última luta comentei com o mestre (Paraná) de lutar no peso-mosca para me testar e ver como estava. Ele topou e pedimos essa luta no 57 kg. Estou me sentindo bem, forte. Não é a categoria que vou ficar para o resto da vida, porque falo que agora estou flutuando. Na divisão que aparecer uma oportunidade eu vou estar, porque gosto de lutar. Pode ser que vencendo, o UFC me dê a chance de lutar pelo cinturão. Como me deram a número um do ranking, acho que vencendo ela de uma forma que chame a atenção, pode ser que tenha essa oportunidade (de disputar o título)”, afirmou a brasileira.
Depois da passagem no peso-galo (61 kg), Jéssica ganhou destaque nos palhas por ter um alto poder de nocaute. No entanto, agora a atleta da ‘PRVT’ vai voltar a lidar com rivais maiores, o que pode gerar um certo menosprezo das mesmas. Por isso, ‘Bate-Estaca’ contou que, após encontro durante a semana, viu Chookagian e sua equipe a ironizando, por sua baixa estatura. Porém, essa atitude não tira seu foco, pelo contrário.
“Acho que ela está subestimando. Teve uns momentos que a gente se encontrou aqui no hotel e estava com a galera dela. Quando está sozinha não fala nada, mas quando está com a galera, ela cochicha, fica medindo a altura dá risada. Pode rir. A última que riu de mim assim foi parar no hospital, que foi a Claudia Gadelha. Então não espero fazer menos do que fiz com a Claudia. Gosto de ser a zebra, que tirem sarro, que me subestimem. Eu não subestimo ninguém, sei que ela é muito boa e preciso tomar cuidado com a envergadura e chutes. Ela tem boas finalizações e preciso tomar cuidado. Acredito que a primeira mão entra é que a graça acaba. Só quero ver como vai ser (risos)”, disparou.
Questões de provocação à parte, ‘Bate-Estaca’ comentou o que espera do duelo diante de Katlyn dentro do octógono. A brasileira destacou que vai manter um estilo agressivo para evitar que a rival solte seu jogo e adiantou como pretende acabar com a luta.
“Ela vai tentar manter a distância, até porque ela sabe que eu gosto de agarrar e pode esperar a mesma estratégia que fiz na última luta. Mas com a Rose aquela estratégia eu usei só com ela e não tinha como fazer outra coisa. Mas agora eu estou unindo a minha agressividade, com a movimentação. Com ela eu vou trabalhar a parte da minha agressividade, de cair para dentro. Ela aceita chute, aceita queda, porque tem chão bom. Espero que os fãs possam ver uma Jéssica mais forte, confiante e fazer um jogo bem empolgante. Acredito que vença por ground and pound ou nocaute. Não vou buscar a finalização porque gosto muito de bater e acho que a luta acaba por aí”, contou.
Após ser campeã do peso-palha em maio de 2019, a Jéssica ‘Bate-Estaca’ atualmente não vive seu melhor momento no octógono. Nocauteada pela chinesa Weili Zhang em agosto do ano passado, em duelo que lhe custou o cinturão, a brasileira perdeu a revanche para Rose Namajunas em julho deste ano, no UFC 251, por decisão dividida, e acumulou sua segunda derrota seguida pela primeira vez na carreira.