Neste sábado (24), no card preliminar do UFC Vegas 96, Jacqueline Cavalcanti e Josiane Nunes se enfrentam em um duelo entre Portugal e Brasil. Entretanto, o combate também pode ser encarado como um embate 100% verde-amarelo entre atletas tupiniquins. Afinal, apesar de representar a bandeira da nação europeia no Ultimate, Jacqueline nasceu e passou boa parte da infância em solo brasileiro. Em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, a peso-galo (61 kg) explicou sua relação de amor e as raízes construídas com os dois países.
Com dupla cidadania, Jacqueline competia representando as duas nações em outras organizações de MMA – conforme faz questão de compartilhar nas redes sociais (veja abaixo ou clique aqui). Entretanto, com a obrigação de carregar apenas uma bandeira no UFC, a jovem de 26 anos optou por Portugal – se tornando, assim, a primeira mulher portuguesa dentro do plantel de atletas do Ultimate. Apesar da decisão, Cavalcanti garante que leva o Brasil em seu coração, já que nasceu e morou no país até os 11 anos de idade.
“Eu nasci no Brasil, mas me mudei com 11 anos para Portugal, em 2009. Quem se mudou foi minha mãe, eu morava com ela, mãe solteira. Ela estava à procura de uma vida melhor, então decidiu ir para a Europa. E claro que o país mais parecido com o Brasil e que fala a mesma língua era Portugal. Então ela chegou e também foi amor à primeira vista. Cresci em Almada e vivi em Almada esses anos todos. Nasci em São Paulo, Pirituba. Correto, isso mesmo (represento Brasil e Portugal). Infelizmente aqui no UFC não podemos entrar com as duas bandeiras, mas quando lutava nas outras ligas, eu entrava com a bandeira do Brasil e Portugal. Mas neste momento estou levando Portugal porque sou a primeira portuguesa a entrar no UFC. Mas pretendo, sim, mesclar entre os dois, porque o Brasil nunca sai do meu coração”, explicou Jacqueline.
Expectativa e apresentação
Com apenas sete lutas disputadas no MMA profissional, Jacqueline ainda não é amplamente conhecida pelo grande público. Em sua estreia no UFC, no card em Paris, em setembro de 2023, a luso-brasileira desbancou Zarah Fairn, atleta da casa, na decisão unânime. Agora, a peso-galo terá um desafio ainda maior pela frente diante de Josiane. Ciente da capacidade de sua adversária, Cavalcanti projeta uma guerra dentro do octógono, dado o estilo agressivo de ambas – sobretudo na trocação.
“Eu já assistia a Josiane antes mesmo de eu entrar no UFC, já tinha visto lutas dela. Ela é uma lutadora muito forte, tem uma mão pesada, é um tanque de guerra vindo para frente. Mas também sou um tanque que para o outro, então vai ser uma guerra das duas partes. Sou uma striker, vim do kickboxing e muay-thai. Então tenho bons chutes, bons socos, bons joelhos e cotovelos. Esse sábado vamos colocar em prática para comprovar essa evolução. Vou trazer essa vitória”, destacou a striker de 26 anos.
Além do combate ‘quase 100% brasileiro’ entre Jacqueline e Josiane, o país será representado por outros três atletas no UFC Vegas 96 deste sábado. Finalista do TUF 32 e de olho em um contrato com o Ultimate, Mairon Santos faz a final do reality show contra Kaan Ofli pelo peso-pena (66 kg). No ‘co-main event’ da noite, Tabatha Ricci duela com Angela Hill nos palhas (52 kg). Já na luta principal do show, Caio Borralho mede forças com Jared Cannonier para ‘mudar de patamar’ no peso-médio (84 kg).