No próximo dia 25 de julho, Rogério ‘Minotouro’ vai encerrar oficialmente sua carreira no MMA. Após quase 19 anos atuando profissionalmente na modalidade, o brasileiro se encaminha para sua última luta em evento do UFC que será realizado na ‘Ilha da Luta’, em Abu Dhabi (EAU), quando o atleta escreverá o último capítulo da trilogia contra Maurício ‘Shogun’. Segundo o meio-pesado (93 kg), chegou a hora de focar em outros projetos.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, ‘Minotouro’ admitiu que essa possibilidade de parar de lutar já vinha sendo trabalhada há algum tempo. A ideia do lutador é focar mais em lapidar jovens atletas e também em ações pessoais como palestras pelo país. Inicialmente, os dois brasileiros iam se encarar no dia 11 de maio, no UFC 250, mas devido à pandemia de coronavírus, a organização cancelou o evento de São Paulo e passou para os Estados Unidos. Como ambos atletas moram no Brasil, eles só vão poder atuar em Abu Dhabi, local que ainda não possui restrições de voos do país sul-americano.
“Já vinha pensando há um bom tempo nisso e já trabalhava com essa possibilidade de parar de lutar. Está na hora. Fiz uma grande carreira, são 19 anos. É muito tempo treinando em alta intensidade. Sempre tive grandes lutas, desde o tempo de Pride, UFC, boxe também. Então é a hora de seguir com outras coisas, trabalhar com atletas e outras pessoas”, disse ‘Minotouro’, que não atua desde maio de 2018, antes de lamentar não poder encerrar sua trajetória no esporte em “casa”.
“Preferia encerrar a minha carreira no Brasil, lógico. Mas vai ser um grande final de carreira. Foi bom ser contra ele, vamos fazer uma grande luta com o ‘Shogun’ para fechar minha carreira. ‘Shogun’ é um grande campeão, um grande adversário e a gente merece fazer um lutão. O Dana White já tinha me prometido essa revanche antes, depois do resultado da nossa última luta (em 2015), quando ele até questionou o resultado. Achei que essa luta fosse acontecer em 2017. Mas vai acontecer agora”, completou o atleta de 43 anos.
‘Minotouro’ e ‘Shogun’ começaram sua rivalidade em 2005, ainda pelo extinto Pride, quando travaram uma das lutas mais históricas do MMA, que acabou com vitória do curitibano. Após essa apresentação, eles voltaram a se enfrentar, dessa vez em 2015 pelo UFC e o triunfo voltou a ficar com o ex-campeão da franquia, também por decisão dos jurados. Para o terceiro ato desta rivalidade, o irmão de Rodrigo ‘Minotauro’ destacou que, apesar dos dois se conhecerem muito bem, trabalha com armas para surpreendê-lo.
“Sempre tem alguma brecha (do jogo de ‘Shogun’ para explorar). Dá para surpreender muito, para trabalhar essas situações. Estamos trabalhando com algumas cartas na manga. A primeira luta foi muito boa, disputada, onde ele começou melhor, depois dei um knockdown. No segundo round ele botou para baixo e no terceiro, em que vinha pior, ele também quedou”, adiantou o lutador, que soma 23 vitórias no MMA.
Nas duas vezes em que ‘Minotouro’ e ‘Shogun’ se enfrentaram, os lutadores proporcionaram duelos movimentados, levantando o público presente. Para essa nova luta, entretanto, não haverá a presença de torcida, uma vez que o evento acontece de portões fechados – para atender às medidas protocolares de combate à expansão do COVID-19. Apesar disso, Rogério demonstrou confiança de que a disputa irá agradar aos fãs que vão acompanhar o confronto pela TV.
“Ele vem para cima, eu também. Nós andamos pouco para trás, queremos a luta. Então, casou sim (o estilo). Acho que uma luta entre nós vale o ingresso. Não ficamos parados que nem o Adesanya e o Romero (risos). Mas nossa luta não fica feia, parada, esperando um ao outro. Os dois vão para definir, vão para o nocaute. Claro que com os anos a gente perde algumas coisas, como talvez a velocidade, mas ganhamos a experiência. Mas sempre tento atacar. Cada luta é um aprendizado”, finalizou.