Após ficar quase três anos sem lutar, Léo Santos retornou ao Ultimate em agosto de 2019 e em grande estilo, quando nocauteou Steven Ray ainda no primeiro round da disputa. Empolgado com o resultado, o faixa-preta de jiu-jitsu adiantou na época que pretendia não ficar muito tempo sem competir – mas não foi o que aconteceu. Depois da sua última apresentação, o peso-leve (70 kg) voltou a lidar com lesões e também foi “esquecido” pela organização até casarem seu confronto diante do russo Roman Bogatov, para o UFC 251, que será realizado neste sábado (11) na ‘Ilha da Luta’, que é localizada em Abu Dhabi (EAU).
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, o atleta da Nova União relembrou que era para ter atuado em novembro, mas machucou a costela e não pôde atuar. Posteriormente, Léo ainda recebeu uma promessa do UFC que iria lutar em março deste ano, em evento que aconteceu em Brasília, mas, sem nenhum aviso, viu o card ser fechado e seu nome ficar de fora. Apesar desses contratempos, o brasileiro não abaixou a cabeça.
“Eu ia lutar no fim de 2019, mas quebrei a costela. São aquelas coisas que acontecem que você não acredita e nem entende. Foi treinando jiu-jitsu, o que mais fiz a vida toda e nunca tinha acontecido. Quando marcaram, eu me machuquei. Isso foi em novembro. Aí pedi para lutar em março, o UFC disse que ia me botar. Fiquei treinando e esqueceram de mim. Aí você vê que pode acontecer sua lesão, lesão do rival ou às vezes o UFC ignora e bola para frente, jogo que segue”, afirmou o atleta que está invicto no UFC após sete lutas.
Com o convite para fazer parte do histórico UFC 251, que contará com três disputas de cinturão, Léo Santos confessou que quase implorou para seu treinador e empresário, Dedé Pederneiras, aceitar essa luta. O atleta não estava treinando em um ritmo forte, mas disse que não queria perder essa oportunidade. E no que depender do lutador, após esse compromisso, ele deve estar apto para se apresentar mais vezes neste ano.
“Pedi muito para lutar, podia ser até na esquina. Dei a sorte de estar na ilha, mega evento com três cinturões e era algo que nem planejei. Meu plano era lutar. Tanto que quando o Dedé falou, eu estava parado, sem treinar, mas eu falei: ‘Dedé, não me deixa de fora senão só vou lutar em 2021. Vai ficar cada vez pior (risos)’. Vamos com a cara, coragem, coração, trinca os dentes, fecha o punho e vamos. Deixa eu brigar e ele aceitou. Então estamos indo. Se não me machucar, vou pedir uma outra luta na ilha mesmo (risos)”, concluiu.
Sobre o confronto diante de Bogatov, que está invicto na carreira após dez apresentações, mas faz sua estreia no UFC, Léo adiantou o que espera pela frente. Apesar do russo ter cinco vitórias por finalização e gostar da luta agarrada, o brasileiro afirmou que o estilo dos dois é bem diferente. O faixa-preta de jiu-jitsu utiliza sua principal arma para finalizar seus oponentes e, de acordo com ele, seu adversário explora a sua especialidade para pontuar e gosta mais de impedir os outros de atuarem. Esse fato já acendeu seu sinal de alerta.
“Sou do jiu-jitsu, ele é mais do wrestling, sambô. Se agarra mais na perna e quando derruba fica mais pontuando, tentando te impedir de ficar em pé de novo. Não usa a parte dele em pé. Então acredito que essa luta vai se definir no chão mesmo, com paciência. Porque todas as lutas que vejo dele, ele se joga, chega nas posições e acaba derrubando. Ele está acostumado a fazer isso e tenho que abrir o olho”, explicou o brasileiro.
Após carreira de sucesso no jiu-jitsu, Léo Santos deu seus primeiros passos no MMA em 2002. Seu grande momento na carreira aconteceu em 2013, quando conquistou a segunda edição do ‘TUF Brasil’, ao vencer William ‘Patolino’ na decisão. No UFC, o peso-leve ainda está invicto, com seis vitórias e um empate.