Campeã do peso-galo (61 kg) feminino do UFC desde 2016, Amanda Nunes viu seu reinado ser encerrado por Julianna Peña, em dezembro do ano passado, resultado que entrou imediatamente para a história como uma das maiores ‘zebras’ do esporte em todos os tempos. Neste sábado (30), a ‘Leoa’ terá a oportunidade de vingar a surpreendente derrota sofrida para a americana e, de quebra, reconquistar o cinturão até 61 kg da organização, ao subir no octógono da edição de número 277, em Dallas (EUA), para medir forças novamente com sua algoz. Para ter sucesso na sua empreitada, a brasileira passou por mudanças drásticas nos últimos meses.
A maior delas, sem dúvida nenhuma, diz respeito à saída da baiana da ‘American Top Team’, equipe pela qual atuou nos últimos seis anos, para abrir sua própria academia, também localizada na Flórida (EUA), onde mora. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (clique aqui), Amanda destacou a importância de passar por uma mudança desta magnitude após a inesperada derrota da última luta e mostrou ter confiança de que tomou a decisão correta visando a reconquista do cinturão peso-galo do UFC.
“Foi bem tranquila (mudança de academia). Até porque eu moro na Flórida já tem um tempo e eu conheço muita gente lá, de brasileiros a americanos. Então, para montar o camp, as coisas foram se encontrando de uma forma que ‘was meant to be’, era para ser. Acontece na minha vida que toda vez que eu passo por uma derrota, eu tenho que fazer uma mudança. Isso já é coisa da minha vida, da minha carreira. Porque toda vez que eu fiz mudanças, foi algo bom, positivo, para a minha vida. O ciclo que eu tive na American Top Team foi maravilhoso, sou muito feliz por tudo que fizemos juntos, muito grata por tudo, mas chegou um momento naquela derrota que eu precisava ir. Então, eu consegui montar minha academia, com tudo que eu precisava dentro: meu cage, meu tatame, minha ala de preparação física, minha ala de descanso. Tudo que me fizesse forte para buscar meu cinturão de volta”, destacou a ‘Leoa’.
Se com as instalações físicas de sua academia Amanda não teve problemas, mesmo começando praticamente do zero, com a escolha dos profissionais responsáveis por auxiliá-la neste camp de preparação foi ainda mais tranquilo, de acordo com a própria lutadora. Com a ajuda primordial de sua esposa, a também lutadora do UFC Nina Nunes, a ‘Leoa’ optou por uma mescla entre treinadores com os quais já tinha trabalhado no passado e novos companheiros de treino que, segundo ela, a deixaram pronta para recuperar o posto de soberana da divisão dos galos.
“Os coaches são pessoas que eu já trabalhei, que já fizeram parte de grandes lutas na minha vida. Principalmente contra a Ronda Rousey, contra a Miesha (Tate). São pessoas que já estiveram presentes em grandes lutas e saímos vitoriosas. E os colegas de treino também são lutadores e que estavam ali para me ajudar. São pessoas que eu procurei até em outras academias e que conhecem o estilo da Julianna. Conseguiram imitar direitinho e me deram uma visão bem perto. (…) Agora, com os coaches você precisa ser mais precisa nas escolhas. Tem o Roger Krahl, que já está comigo há um tempo, já me preparou para grandes lutas. Tem o Patrick (Nagel), que é o professor de wrestling, que já estava comigo há um tempo. Tem o Bobby (Casale), que é lutador e tem um jiu-jitsu afiado, que me ajuda na parte de chão. Garrett (Armfield), Nina (Nunes), que sempre esteve lá e é a que mais me conhece entre todos. Então, está forte, afiado, estou bem para tudo. Sábado eu vou sair com o meu cinturão. Ninguém me para não”, sentenciou Amanda.
Considerada por muitos como a maior lutadora de todos os tempos, Amanda Nunes conquistou o cinturão peso-galo do UFC em julho de 2016 e o defendeu de forma bem-sucedida em cinco oportunidades, até ser destronada por Julianna Peña, em dezembro do ano passado. A brasileira também foi coroada como rainha da divisão dos penas (66 kg) do Ultimate, em 2018, e mantém o título até hoje, com duas defesas na bagagem.