No meio dos esportes de combate, quando um atleta possui um espírito aguerrido é normal afirmar que ele “tem coração”. E no ditado popular entre os lutadores, coração é algo que não se consegue treinar, apenas se nasce com ou não. Santiago Ponzinibbio é um entusiasta deste jargão. E a opinião do ‘Argentino Gente Boa’, como é conhecido, tem peso, já que no último sábado (11), no UFC Vegas 101, o meio-médio (77 kg) comprovou a teoria na prática ao protagonizar uma verdadeira batalha contra Carlston Harris e sair vitorioso.
Em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight após o evento, Ponzinibbio, que é conhecido por seu estilo de luta agressivo, exaltou sua virtude aguerrida dentro do octógono. Diante de Harris, o argentino foi abalado algumas vezes, mas deu a volta por cima no confronto sangrento e conseguiu o triunfo via nocaute técnico no terceiro round. Com o coração na ponta da luva, como de costume, Santiago opinou que este tipo de característica não é passível de ser lapidada em um atleta de MMA profissional.
“Sim, esse é o estilo que eu gosto (no coração). São lutas sofridas, duras lá em cima, lutas em que se tem que deixar tudo e mostrar do que somos feitos. E por sorte hoje foi uma dessas guerras, e demonstrei mais uma vez que meu coração está intacto. Sigo com a mesma vontade de vencer do começo (da carreira). Muito feliz por ter levado essa vitória com interrupção no terceiro assalto. Esse coração é a única coisa que não se treina, se nasce com isso, simplesmente se tem. É como falam, o coração vem de fábrica. Coração não se treina, tem lutador que tem e lutador que não tem. Tem lutadores que quando chegam nessas situações, não conseguem sair, e outros sim. Fico feliz que, nessas situações difíceis consigo ter resiliência para seguir em frente”, destacou o argentino.
Sem pensar em parar
Além de demonstrar sua agressividade característica, Ponzinibbio tirou um peso das costas com o recente triunfo, já que vinha pressionado por duas derrotas consecutivas. Aos 38 anos de idade, o striker da ‘American Top Team’ descarta a possibilidade de pendurar as luvas no curto prazo. Ainda se sentindo competitivo no mais alto nível da modalidade, Santiago projetou que cogitará se aposentar somente quando sofrer com problemas de saúde ou for superado facilmente por seus adversários.
“Sempre falei que quero lutar enquanto me sentir saudável. Saudável dentro do octógono, dentro dos treinos. Enquanto tiver saúde, quero estar em cima daquele octógono. Quando sentir que já não sou competitivo, ou que surgirem problemas de saúde, vai ser a hora de dizer basta. Mas por enquanto me sinto muito bem nos treinos. No octógono também, apesar de ter tido algumas derrotas, outras decisões divididas. Nunca ocorreu de um lutador me dar uma amasso por 15 minutos e eu pensar: ‘Não posso competir contra os melhores do mundo’. O dia que isso acontecer, talvez eu deva aceitar. Mas hoje, sinto que posso competir contra qualquer um dos 77 kg”, destacou o ‘Argentino Gente Boa’.
Sem tempo a perder, Ponzinibbio projetou um ano de 2025 movimentado para sua carreira, com o máximo de desafios possíveis. Veterano, o argentino chegou a citar Vicente Luque e Michael Chiesa como adversários que gostaria de medir forças na próxima rodada. Em sua trajetória como profissional de MMA, Santiago soma 30 vitórias e oito reveses.