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Entrevistas

André Mascote explica estratégia usada para vencer Lipe Detona no UFC Vegas 97

Oriundo da trocação, André Lima surpreendeu a todos ao apostar no ‘grappling’ para superar Felipe dos Santos no UFC Vegas 97, no último sábado (7), e conquistar sua terceira vitória consecutiva na organização. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (clique aqui), logo após o término do seu combate, ‘Mascote’ – como é conhecido – explicou a mudança de estratégia e a opção por buscar a luta agarrada diante do compatriota ‘Lipe Detona’.

De acordo com o lutador baiano, a ideia de levar o combate para o chão e trabalhar seu jiu-jitsu por cima surgiu no decorrer do confronto, ao perceber uma brecha no jogo do adversário. O bom desempenho também no grappling foi celebrado por André Mascote, que fez questão de exaltar sua capacidade de atuar nas diferentes áreas do MMA.

“Sempre fui (grappler), minha faixa-preta está guardadinha (risos), só não mostrava. Em todas as minhas lutas eu tinha que defender queda e ficar em pé para trocar porrada. Nessa eu falei: ‘Que tal se eu derrubar?’. Eu vi que botei ele para baixo e montei fácil, falei: ‘Aqui é o caminho’. A estratégia é sempre ficar em pé, dar um show de trocação, mostrar meu kickboxing e muay thai. Mas hoje tinha um caminho para o jiu-jitsu e eu sou completo. Foi meio que de imediato ali, só que eu já estava (com isso) na cabeça. É uma coisa que nós já treinamos diariamente, então só fluiu”, explicou Mascote.

Estilo imprevisível do rival

Além de enxergar uma deficiência do oponente no jogo de chão, outro fator que influenciou na decisão do baiano de buscar sua vitória na luta agarrada foi o estilo imprevisível de Lipe Detona na trocação. Como o atleta da ‘Chute Boxe Diego Lima’ se mostrou agressivo e apresentou uma variedade grande de golpes, André Mascote preferiu travar o ímpeto do oponente, tirando-o de sua zona de conforto.

“Surpreender, surpreender, não. Meu mestre falou só que eu estava respeitando ele. Eu dava um ou dois socos nele, quando eu tocava nele, ele jogava muito golpe. Não era uma coisa que ia pegar forte e eu ia cair, mas não dava para saber. Ele jogava cotovelo, joelho, ponteira, então era imprevisível. Eu falei: ‘Vou no seguro, tocar na segurança’. E quando eu agarrei, falei: ‘É aqui mesmo'”, finalizou.

Com a conquista do último sábado, André Mascote manteve sua invencibilidade no MMA profissional após dez lutas disputadas na modalidade, assim como seu status como uma das grandes promessas brasileiras da atualidade. Aos 25 anos, o peso-mosca (57 kg) soma no currículo dez vitórias – a metade delas por nocaute – e nenhuma derrota. Pelo UFC já são três triunfos seguidos desde sua estreia, sobre Igor Severino, Mitch Raposo e Lipe Detona.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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