Enquanto a esmagadora maioria dos lutadores de MMA preferem se dedicar apenas a uma categoria, Amanda Ribas decidiu seguir o caminho oposto, se colocando à disposição do UFC para atuar tanto no peso-palha (52 kg), sua divisão de origem, como nos moscas (57 kg). A escolha feita pela atleta gera algumas opiniões divergentes, já que muitos argumentam que a ideia pode acabar prejudicando a ascensão da lutadora na carreira, exatamente por dividir suas atenções entre duas classes de peso. Mas, de acordo com a mineira, há um propósito por trás disso tudo.
Oriunda do judô, modalidade na qual chegou a participar da seleção brasileira, Amanda se acostumou a competir com bastante frequência, algo que no MMA, por diferentes razões, é mais difícil repetir. Por isso, a lutadora brasileira viu na possibilidade de competir em mais de uma categoria a chance de se manter em atividade o máximo possível. Mesmo assim, a ex-judoca ainda encontra dificuldades para driblar os longos períodos sem competição.
Na última temporada, por exemplo, Amanda subiu apenas uma vez no octógono do UFC, em maio, quando foi derrotada por Katlyn Chookagian. Uma luta cancelada de última hora contra Tracy Cortez, em dezembro, a impediu de atingir sua média de dois combates por ano, que mantinha desde o início de sua caminhada no Ultimate. Diante deste cenário, e ainda contando com as imprevisibilidades, a mineira, ao que tudo indica, deve manter a decisão de estar à disposição para atuar nas duas categorias e, com isso, aumentar suas chances de competir.
“O importante, para mim pelo menos, como atleta é se manter na ativa. Não só nos treinos, mas também no campeonato. Porque é o meu trabalho, eu gosto de lutar, eu amo lutar. Então, quanto mais eu lutar, para mim, é melhor. Sem lesão, sem qualquer risco, eu tenho que lutar”, explicou Amanda, em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight.
Porém, como já mencionado anteriormente, mesmo com a possibilidade de atuar em duas divisões de peso diferentes, Amanda corre o risco de ter uma baixa frequência de lutas, como ocorreu no ano passado. A fim de amenizar uma potencial perda de ritmo de luta, a mineira revelou que tenta, sempre que possível, emular ao máximo a atmosfera de competição durante os treinos na sua própria academia, a ‘Ribas Family’, comandada por pai e treinador, Marcelo Ribas, em Varginha (MG).
“Lá na academia, a gente tenta simular como se fosse uma luta também. Para realmente não perder esse ritmo de competição. Lógico que não se equipara, mas a gente tenta pôr toda a pressão, que é muita, para ter sempre esse ritmo, esse friozinho no estômago, e conseguir controlar, conseguir escutar a voz do técnico mesmo com toda barulheira”, finalizou.
Depois de quase dez meses sem pisar no octógono mais famoso do mundo, Amanda Ribas voltará à ação neste sábado (4), pelo card do UFC 285, em Las Vegas (EUA). A lutadora mineira medirá forças com a compatriota Viviane Araújo, em combate válido pelo peso-mosca da organização, categoria na qual ambas fazem parte do top 15. Já no ranking peso-palha do Ultimate, ‘Amandinha’ ocupa atualmente uma vaga no top 10, mais precisamente a 9ª colocação.