Parte dos fãs pode pensar que a vida de um lutador de alto nível é repleta de glamour, mas poucos são os profissionais que alcançam tal status. Figura consolidada no topo do peso-mosca (57 kg), Alexandre Pantoja é a prova de que os atletas do UFC também sofrem fora do octógono. Tanto que o brasileiro revelou que viveu uma situação dramática, que ameaçou sua presença no combate contra Brando Royval, que aconteceu no último sábado (21), em Las Vegas (EUA).
Na coletiva de imprensa pós-evento, que contou com a presença da reportagem da Ag. Fight (veja acima ou clique aqui), Pantoja informou que, além da rotina intensa de treinamento para a luta contra Royval, também trabalhou como entregador de comida nos Estados Unidos para sustentar sua família. De acordo com o brasileiro, a pandemia de COVID-19 foi a grande vilã em sua história.
No entanto, como depois da tempestade vem a bonança, Pantoja, enfim, pôde respirar aliviado. No show, o brasileiro finalizou Royval, venceu a segunda luta seguida, voltou a se aproximar de uma possível disputa pelo título do peso-mosca do UFC e faturou um dos bônus de ‘performance da noite’. Ou seja, ‘The Cannibal’, que vivia com uma situação financeira delicada, levou para casa 50 mil dólares (cerca de R$ 270 mil) e celebrou a conquista da premiação.
“Eu sou um pai de família, um cara trabalhador e prezo muito pela família, pelo legado que vou deixar para os meus filhos. Eu investi muito dinheiro para trazer minha família para os Estados Unidos depois que teve a pandemia e não teve evento. Eles voltaram para o Brasil e, depois da minha vitória em fevereiro, trouxe eles de volta. Isso me custou dinheiro. Para essa luta, eu teria que atuar de qualquer forma. Tive uma lesão muito séria um mês antes e eu nem sabe se conseguira lutar, mas deveria tentar pela minha família. Vim para essa luta com a corda no pescoço”, relatou Pantoja, antes de completar.
“Olhando meu saldo no banco, não tenho dinheiro para viver nem mais um mês. Semana passada, eu estava lutando para ganhar 100 dólares, fazendo o Uber Eats, o delivery de comida. Talvez, foi isso até que me fez ficar gripado, porque estava chovendo e eu entregava comida. Mas faria de novo, porque tenho que pagar minhas contas, dar segurança para os meus filhos, minha mulher, então sempre vou botar minha família em primeiro lugar. Se semana passada eu lutava por 100 dólares, hoje eu tive a felicidade de fazer 100 mil”, concluiu.
Alexandre Pantoja, de 31 anos, é um nome que, constantemente, figura entre os melhores lutadores do peso-mosca do UFC. Não à toa, o brasileiro costuma ser apontado por parte dos fãs e membros da imprensa especializada como eventual desafiante ao título da categoria. ‘The Cannibal’ estreou no MMA em 2007, venceu 24 lutas e perdeu cinco vezes. Atualmente, o atleta ocupa o terceiro lugar no ranking da divisão e possui triunfos marcantes sobre Brandon Moreno (duas vezes), Brandon Royval, Manel Kape e Wilson Reis.
