Invicto no MMA profissional, Levi Rodrigues conquistou uma vaga no UFC após brilhar no ‘Contender Series’, em outubro desta temporada. Na ocasião, após nocautear seu adversário no primeiro assalto e garantir o contrato, ‘Baby Monster’, como é conhecido, traçou grandes metas para sua jornada na liga presidida por Dana White, incluindo um inédito tricampeonato. Mas antes mesmo de estrear no Ultimate, o brasileiro sofreu um grande baque na carreira: foi flagrado em recente exame antidoping. O meio-pesado (93 kg) testou positivo para nandrolona, substância proibida pela ‘Combat Sports Anti-Doping’ (CSAD) e, assim, recebeu uma suspensão temporária.
A pena, divulgada nesta terça-feira (16) pelo site ‘MMA Junkie’, foi aplicada pela Comissão Atlética do Estado de Nevada – órgão que regula os eventos esportivos sediados em Las Vegas, onde Levi competiu no Contender Series -, e acatada pelo atleta brasileiro e sua equipe. O caso de ‘Baby Monster’ foi pauta em uma recente reunião mensal promovida pela entidade. Entretanto, uma resolução sobre uma possível suspensão e multa ainda não estava pronta. Desta forma, o representante da ‘Rasteira Fight Team’ permanecerá suspenso temporariamente até que o assunto seja resolvido.
Defesa alega uso não intencional
Através de um comunicado, a ‘All In’, empresa que gerencia a carreira do jovem brasileiro, explicou que não houve intenção de obter vantagem esportiva alguma. Segundo o pronunciamento, Levi teria feito uso de nandrolona em meados de 2024 – cerca de 15 meses antes de competir no Contender Series. À época, ‘Baby Monster’ utilizou a substância proibida pela política antidoping do UFC para se recuperar fisicamente de uma série de graves lesões que o afastaram dos octógonos por quase dois anos, entre 2023 e 2025.
Ainda segundo a defesa, Levi não tinha conhecimento técnico de que metabólitos de nandrolona podem ser detectáveis no organismo até 18 meses após seu uso. Até por conta disso, o brasileiro não alertou para a alta cúpula do UFC que havia utilizado a substância – que é um esteroide anabolizante sintético, semelhante à testosterona, usado para tratar condições como anemia, osteoporose e para auxiliar na recuperação de tecidos enfraquecidos, promovendo ganho de massa muscular e óssea.
Desde o fim de 2023, a USADA (agência antidoping americana) rompeu com o UFC e não regula mais seu plantel de atletas. Atualmente, a coleta de amostras é conduzida pela ‘Drug Free Sport International’, enquanto a administração e as sanções são supervisionadas de forma independente pelo ‘Combat Sports Anti-Doping’ (CSAD).
Confira abaixo o comunicado completo da ‘All In’:
“Estamos cientes da decisão da Nevada State Athletic Commission em relação a Levi Rodrigues após sua luta no Dana White’s Contender Series em 14 de outubro de 2025.
Levi Rodrigues testou positivo para Nandrolona, substância utilizada entre maio e julho de 2024, aproximadamente 15 meses antes da luta no DWCS. Esse período ocorreu durante um longo processo de recuperação após múltiplas lesões, sendo a mais grave uma hérnia de disco severa que o deixou acamado por seis meses, sem conseguir sequer ir ao banheiro para realizar suas necessidades básicas.
Em razão dessas lesões, Levi permaneceu afastado das competições por 23 meses, entre maio de 2023 e abril de 2025. O uso da Nandrolona ocorreu no meio desse período de inatividade, quando ele não possuía contrato, não tinha lutas agendadas e não sabia se conseguiria retornar ao MMA profissional.
Naquele momento, Levi era apenas 3–0 como profissional e trabalhava como trabalhador braçal na construção civil. A substância foi utilizada exclusivamente com o objetivo de recuperação física, para que pudesse voltar a trabalhar e sustentar sua esposa e filhos. Não houve qualquer intenção de obter vantagem competitiva no esporte.
Após se recuperar completamente, Levi retornou às competições em 2025, conquistando vitórias em abril e setembro. Em meados de setembro de 2025, recebeu uma oportunidade em cima da hora para lutar no Dana White’s Contender Series em outubro de 2025. Como já haviam se passado mais de 12 meses desde o uso da Nandrolona, Levi não acreditava que fosse necessário declarar o uso e desconhecia que, em alguns casos, metabólitos da Nandrolona podem permanecer detectáveis por até 18 meses.
Infelizmente, este parece ter sido um desses casos.
Levi não possui qualquer histórico prévio de violações antidoping e nunca havia falhado em um teste. Ele respeita o processo da NSAC, aceita a decisão da comissão e cumprirá integralmente todas as exigências daqui em diante”.
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