Depois de passar 15 anos aposentado, Mike Tyson retorna aos ringues de boxe no próximo sábado (28) diante de Roy Jones Jr. para um duelo de exibição em Los Angeles (EUA). Apesar da grande expectativa para o confronto, Andy Foster, diretor executivo da Comissão Atlética do Estado da Califórnia, entidade que vai regulamentar as regras do show, revelou no início desta semana que não haverá pontuação oficial e portanto, nenhum dos pugilistas sairá como vitorioso. No entanto, ao que tudo indica, a empresa ‘Triller’, promotora do evento, não parece concordar com a decisão.
Apesar de terem adotado algumas medidas visando o bem-estar dos lutadores, como a diminuição no número de rounds – serão oito com duração de apenas dois minutos cada, ao invés dos tradicionais 12 assaltos de três minutos – e a utilização de luvas maiores, a Comissão Atlética e a empresa promotora não pareceram chegar a um consenso. Em um comunicado enviado ao site ‘MMA Fighting’, a empresa ‘Triller’ contradisse a informação passada por Andy Foster, afirmando que a pontuação da luta será feita pelos juízes do Conselho Mundial de Boxe (WBC).
“Nós da Triller não temos problemas com a Comissão ou com o senhor Foster e não pretendemos contradizer nada do que foi dito por eles. Temos um relacionamento forte de quase duas décadas com o governador, o gabinete do prefeito e o estado da Califórnia e agradeceríamos se o registro fosse corrigido. Especificamente, nunca pretendemos sugerir que a Comissão Atlética estaria pontuando ou decidindo sobre um vencedor. Estamos 100% certos de que isso não é correto. Eles providenciaram um árbitro, e esse árbitro está lá para garantir que os lutadores estejam seguros e que lutem de acordo com as regras. Ele não vai pontuar a luta nem decidir o vencedor”, destacou Ryan Kavanaugh, co-proprietário da Triller, por email.
“Em vez disso, o WBC está empenhado em pontuar e eleger um vencedor. Eles têm três juízes que julgarão de forma remota (como aconteceu em outras lutas recentemente devido à COVID-19) em nome do WBC, e não em nome da Comissão, que irá decidir o vencedor e julgar a luta”, continuou.
Vale lembrar que os protagonistas do evento já demonstraram insatisfação com as mudanças nas regras. Tanto Mike Tyson quanto Roy Jones Jr. afirmaram que o tempo de dois minutos por round era “coisa de mulher” e descartaram a possibilidade de não lutar de verdade, por se tratar de um duelo de exibição. As duas lendas indicaram que estão treinando pesado e vão levar o confronto a sério e buscarão o nocaute.
Com 54 anos, Mike Tyson não luta desde 2005, quando perdeu para Kevin McBride. O americano acumula cartel com 50 vitórias, sendo 44 por nocaute, e seis derrotas na sua carreira na modalidade. Já Roy Jones, três anos mais novo, carrega currículo com 66 vitórias, sendo 47 por nocaute, e nove reveses nos ringues profissionais. Sua última apresentação aconteceu em 2018, em vitória sobre Scott Sigmon.