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Diego Ribas/PxImages

Boxe

Prestes a defender título mundial, Patrick Teixeira critica desinteresse da TV e culpa dirigentes

Após longa espera, Patrick Teixeira finalmente fará sua primeira defesa de título neste sábado (13), diante do argentino Brian Castaño, em evento que será promovido na Califórnia (EUA). Satisfeito com a resolução do imbróglio envolvendo seu visto de entrada para os Estados Unidos, que o impediu de competir em 2020 e por pouco não o fez perder o cinturão super-meio-médio (69,850 kg) da WBO (Organização Mundial de Boxe), o catarinense – em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight – demonstrou empolgação por voltar a lutar, mas admitiu sentir falta do apoio de um setor fundamental para o seu futuro como ídolo do esporte nacional.

Primeiro brasileiro campeão mundial de boxe desde o fim do último reinado de Acelino ‘Popó’ Freitas no peso-leve da WBO, Patrick Teixeira lamentou a falta de uma ampla cobertura de sua defesa de título por parte da mídia nacional, especialmente em relação à transmissão ao vivo de sua luta na TV aberta, fator que foi determinante para o crescimento da popularidade de ‘Popó’ na época de suas conquistas.

A culpa pela perda de espaço do boxe nos veículos de imprensa é atribuída pelo lutador aos dirigentes da nobre arte no Brasil. Apesar do complicado momento vivido pelo esporte em território tupiniquim, Patrick destacou o reconhecimento que já recebe como campeão mundial e se mostrou otimista quanto à possibilidade de ajudar a retomar o crescimento da modalidade no país.

“Falta mais o interesse da TV brasileira em valorizar o esporte (boxe). Mostrar aos brasileiros que temos mais um campeão do mundo. Por culpa de dirigentes do próprio boxe perdemos o espaço do nosso esporte. O Brasil tem tudo para ter mais campeões, mas sem o apoio fica difícil. Hoje, com o cinturão, espero abrir mais espaço e voltar a atrair essa atenção das TV’s brasileiras”, declarou Patrick Teixeira, antes de completar.

“Eu estou bem. O reconhecimento que quero, eu já recebo da minha promotora, da minha equipe e dos meus fãs. Minhas lutas passam no brasil através da DAZN. Quem está perdendo com tudo isso são as TV’s brasileiras, que tem condições de passar as lutas e não passam”, afirmou.

Para atingir seu objetivo de reconquistar o interesse do grande público brasileiro no boxe, o pugilista catarinense tem consciência de que precisa seguir trilhando o caminho das vitórias, a começar pelo duelo contra Brian Castaño, neste sábado. E nem mesmo as habilidades do adversário ou o longo período inativo pelo qual passou parecem afetar a confiança do campeão.

Vale lembrar que Patrick quase foi destituído de seu título pela WBO no ano passado. Com o consulado americano fechado por conta da pandemia, o lutador teve dificuldades para conseguir seu visto para competir nos Estados Unidos, deixando o cinturão da categoria estagnado. Porém o problema foi resolvido a tempo pela equipe do campeã e o catarinense desembarcou na terra do Tio Sam no dia 21 de dezembro de 2020, finalizando sua preparação para a disputa no país norte-americano.

“Na verdade não me preocupa (a falta de ritmo). Eu mantive meus treinamentos e quando cheguei nos EUA realmente para preparação cheguei bem. Fiz sparring com grandes atletas. Estou muito bem treinado. Não estava em minhas mãos (essa situação). A pandemia prejudicou o mundo inteiro. Passou pela minha cabeça (a possibilidade de perder o título). Só que o meu manager, Patrick Nascimento, estava muito focado nessa situação e fez com que tudo desse certo no final, junto aos advogados. O que me restava era só treinar e focar na luta”, ponderou Patrick, antes de analisar seu adversário.

“Ele é um grande atleta, ex-campeão e muito duro. Porém, ele tem um estilo único, luta sempre para frente, avançando. Eu tenho mais envergadura e sei lutar tanto na curta como também na longa. Então sem novidades. É ver com o decorrer da luta e ir lutando round por round”, concluiu.

Único brasileiro campeão mundial de boxe na atualidade, Patrick acumula 31 vitórias, sendo 22 por nocaute, e apenas uma derrota em sua carreira. A última vez que o brasileiro se apresentou foi em novembro de 2019, justamente quando conquistou o título mundial diante de Carlos Adames, em Las Vegas (EUA). Por sua vez, Brian Castaño soma 16 triunfos e um empate em seu cartel. O atleta de 31 anos também não se apresenta desde novembro do ano passado, quando derrotou Wale Omotoso.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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