Boxe
Popó aposta em “pegada” para superar diferença de tamanho contra Wanderlei Silva
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Gaspar Bruno, no Rio de Janeiro (RJ)
Doze centímetros de altura separam Acelino Freitas, de 1,68m, e Wanderlei Silva, de 1,80m. No próximo sábado (27), quando medirão forças em um duelo de boxe que lidera o Spaten Fight Night 2, a diferença de peso entre os atletas pode superar a faixa de 20 kg. Mas a aparente desvantagem física com relação a seu próximo adversário não parece tirar o sono de ‘Popó’. Confiante em suas credenciais no ringue, o tetracampeão mundial da nobre arte exaltou sua ‘pegada’ como trunfo contra o ‘Cachorro Louco’.
Durante coletiva de imprensa realizada no último fim de semana, no Rio de Janeiro, Popó garantiu que seu poder de nocaute será mantido contra um oponente consideravelmente maior e mais pesado. Para justificar seu ponto, o pugilista baiano citou seu histórico profissional. Das 41 vitórias em seu cartel, Acelino fez seus adversários beijarem a lona em 34 oportunidades. Se autointitulando um competidor com predisposição a ‘apagar as luzes’ dos rivais, o veterano de 50 anos promete grandes emoções contra Wanderlei.
“Mão para isso (enfrentar o Wanderlei) eu tenho. Se eu fosse um lutador sem nenhuma pegada e tivesse um cartel de 20 lutas e 19 vitórias por pontos, e só uma ou outra por nocaute, era muito difícil aceitar um desafio desse. Pelo fato do Wanderlei ter 20 kg, 30 kg acima do meu peso. Mas os meus maiores nocautes foram com 59 kg. Então não é o peso corporal que identifica que você é um lutador pegador. O lutador pegador tem uma genética que é dele. E aquilo ali ele treina e tem essa predisposição para nocautear seus adversários (…) Tenho algo diferenciado. Não é sobre o peso do meu corpo. Estou voando, com o peso lá embaixo. Cinquentão turbinado (risos)”, frisou Popó.
Adaptações nos treinos
Apesar de minimizar a diferença de tamanho contra o Cachorro Louco, Popó admitiu que tal fator fez com que alguns ajustes fossem feitos durante sua preparação. Além de passar a treinar com atletas do mesmo porte físico de Wanderlei, o tetracampeão mundial também passou a focar em sua movimentação, a fim de não se tornar um alvo fixo no ringue contra um oponente consideravelmente mais pesado.
“Quando fui convidado para essa luta, estava preparado para competir. Mas não estava preparado para competir com tal lutador. E faltando um mês, passei e treinar para competir com certo tipo de pessoa. Tive que modificar meu treinamento, os meus sparrings. Normalmente a gente faz sparring com pessoas do nosso peso, de 70 kg, 80 kg. Tive que fazer sparring com gente de 90 kg, 100 kg. Fiz me movimentando mais, até pelo apelido do Wanderlei Silva, que é um Cachorro Louco. Depois possa ser que se torne um ‘Cachorro Morto’”, projetou o pugilista baiano.
Spaten Fight Night 2
Além do confronto entre Wanderlei Silva e Popó, que lidera o show, o card do Spaten Fight Night 2 contará com mais três lutas. Beatriz Ferreira defende o título mundial de boxe no Brasil pela primeira vez, enfrentando a uruguaia Maira Moneo pelo cinturão peso-leve (61 kg) da Federação Internacional de Boxe (IBF).
Além disso, Hebert Conceição mede forças com Yamaguchi Falcão pelo cinturão brasileiro na categoria peso-médio (74 kg). Já no MMA, Thiago Manchinha — campeão do Shooto Brasil — encara Wanderson Barcellos, detentor do título pela organização MAC (Martial Arts Championship).
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Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.