No próximo dia 28 de novembro, Mike Tyson retorna aos ringues de boxe diante de Roy Jones Jr., em duelo de exibição que será realizado em oito rounds, ao invés dos 12 tradicionais. Além da diminuição no número de assaltos, outras medidas foram tomadas, como a utilização de luvas mais pesadas para maior proteção e a diminuição do tempo de cada round, de três minutos para dois – este último ainda não foi confirmado. No entanto, apesar de tais mudanças visarem o bem-estar dos lutadores, ambos parecem não aprová-las.
Em entrevista coletiva virtual do evento, tanto Tyson quanto Jones demonstraram insatisfação com a possibilidade de terem o tempo de seu combate diminuído. Vale lembrar que no boxe profissional, o tempo de dois minutos por round é utilizado nos duelos femininos, fator que pareceu deixá-los ofendidos.
“Com certeza (fico chateado com a diminuição do tempo). Tenho certeza que eles tiveram as razões deles para fazer isso, mas você sabe, mulheres lutam dois minutos. Eu tenho que entender que isso é maior do eu. Falei no telefone e não é sobre mim, então eu acho que a comissão tem mais influência do que eu”, reclamou Mike.
“Eu não estou nem um pouco feliz. Isso é para mulheres. Eu continuo lutando até o último minuto, então por que fazer um round de dois minutos? Eu não entendo isso. Eu não quero ficar parado lá como uma mulher. Nós éramos os melhores em fazer isso. O que tiver que acontecer vai acontecer de qualquer maneira, em dois ou três minutos”, afirmou Roy, fazendo coro ao discurso de seu adversário.
Outro descontentamento por parte dos atletas foi em relação à ideia de que eles não lutariam para valer, uma vez que é um confronto de exibição – possibilidade que eles rapidamente descartaram. Ao que tudo indica, os lutadores estão treinando pesado para o duelo e não parecem dispostos a subestimar o oponente.
“Eu não sei o que você está falando, que não será uma luta de verdade. Você tem Mike Tyson e Roy Jones. Eu vou para lutar de verdade e espero que ele também”, ressaltou o ex-campeão dos pesos-pesados.
“Quem vai para o ringue com a grande lenda Mike Tyson e pensa: ‘Ah, é uma exibição’? Eu vou entrar no ringue contra um dos caras mais perigosos de todos os tempos. Fala sério. Se querem chamar de exibição, podem chamar, mas para mim não vai ser”, confirmou Roy.
Com 54 anos, Mike Tyson não luta desde 2005, quando perdeu para Kevin McBride. O americano acumula cartel com 50 vitórias, sendo 44 por nocaute, e seis derrotas na carreira. Já Roy Jones, três anos mais novo, carrega currículo com 66 vitórias, sendo 47 por nocaute, e nove reveses nos ringues profissionais. Sua última apresentação aconteceu em 2018, em vitória sobre Scott Sigmon.