A derrota de Esquiva Falcão para Vincenzo Gualtieri, no sábado (1), em disputa pelo título mundial peso-médio (72,6 kg) da IBF (Federação Internacional de Boxe), não foi alvo de questionamentos quanto à pontuação dos juízes depois do final dos 12 rounds previstos, até mesmo pela superioridade demonstrada pelo alemão durante grande parte da luta. Mas isso não significa que o capixaba tenha saído completamente conformado após o revés.
A atuação do árbitro central da luta, por exemplo, deixou Esquiva Falcão revoltado. Algumas horas depois da derrota que encerrou seu sonho de se tornar o sétimo brasileiro campeão mundial de boxe, o medalhista olímpico utilizou sua conta oficial no ‘Twitter’ para disparar críticas contra o mediador do combate, que, em sua opinião, teve influência direta no resultado da disputa (veja abaixo ou clique aqui e aqui).
Durante a batalha contra o alemão, que lutava em casa, Esquiva sofreu dois claros golpes abaixo da linha de cintura, mas em apenas um deles o árbitro – de mesma nacionalidade que Gualtieri – sinalizou a infração. No segundo ataque ilegal, por conta do equívoco do mediador, o capixaba, de fato, foi prejudicado já que os juízes laterais são instruídos a anotarem uma vantagem de dois pontos no round em caso de knockdown, que foi o caso.
“Passando só para avisar o juiz alemão que controlava minha luta. Quando um atleta bate nas bolas de outro atleta é errado. Um golpe na nuca e ombro na cara também é errado. Deve ter cuidado com os atletas e não apenas com o atleta da casa. Isso é boxe e não luta de rua. Estou triste com o resultado, pior ainda com a arbitragem em cima do ringue. Mais uma vez o árbitro ganhou a luta. Impressionante como o golpe nos meus ovos pegou limpo e ele falou que foi uma queda (risos) e abriu contagem”, desabafou Esquiva.
Derrota de Esquiva Falcão
Apesar de ser favorito nas bolsas de apostas, Esquiva Falcão não mostrou dentro do ringue a superioridade sobre Vincenzo Gualtieri que boa parte da comunidade do boxe previa. Medalha de prata na Olimpíada de Londres, em 2012, e até então invicto como profissional, o pugilista brasileiro até começou bem a disputa de título, mas levou um knockdown no segundo round que, aparentemente, mudou os rumos do confronto.
Apoiado pela torcida, o lutador da casa cresceu no combate, ganhou confiança e passou a dominar as ações através de uma estratégia muito bem montada por sua equipe depois do knockdown aplicado no segundo assalto. As combinações rápidas e o upper, além da intensa movimentação e defesa quase impecável, foram as principais armas do alemão para superar o brasileiro, que não encontrou respostas para virar o jogo e se juntar a Eder Jofre, Miguel de Oliveira, Acelino ‘Popó’ Freitas, Valdemir ‘Sertão’ Pereira, Rose Volante e Patrick Teixeira, que seguem como os únicos atletas nascidos no Brasil a ostentar ao menos um cinturão mundial de boxe.
