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Multicampeão mundial de jiu-jitsu, 'Buchecha' estreia no UFC cercado de grandes expectativas - Divulgação/ONE

UFC

Conheça Marcus Buchecha, multicampeão de jiu-jitsu que estreia no UFC

Os fãs, entusiastas e praticantes de jiu-jitsu com certeza estarão ligados no card do UFC Abu Dhabi deste sábado (26). Afinal de contas, logo na luta de abertura do evento, Marcus Almeida fará sua estreia na principal liga de MMA do mundo. Multicampeão e apontado como um dos maiores competidores que já passaram pelos tatames, ‘Buchecha’, como o brasileiro é conhecido, detém o ‘pedigree’ necessário para gerar grandes expectativas entre os torcedores. Mas, afinal, quem é o faixa-preta que promete roubar a cena e movimentar a categoria dos pesos-pesados do Ultimate?

Nascido em Santos (SP), Marcus viu o jiu-jitsu entrar em sua vida somente na adolescência. Aos comandos do mestre Rodrigo Cavaca, foi amor à primeira vista para o jovem, que já se destacava nas competições de base da arte suave. Em 2010, quando tinha somente 20 anos de idade, Buchecha foi graduado com a sonhada faixa-preta – momento que se transformou em uma verdadeira virada de chave para sua trajetória.

Recordista mundial

Desde que passou a competir nos torneios mais prestigiados e concorridos da modalidade, Buchecha se tornou um verdadeiro pesadelo para os adversários. Com um porte físico privilegiado e talento inato para o ‘BJJ’, Marcus fez história no esporte, sobretudo na década de 10, se tornando o maior campeão mundial na faixa-preta, com 13 títulos ao todo – recorde até hoje destacado no ‘Guiness Book’.

Além das 13 medalhas de ouro em campeonatos mundiais competindo na faixa-preta, Buchecha ainda se consagrou bicampeão do ‘ADCC’ – torneio mais tradicional de grappling do mundo. Em 2013, o brasileiro foi campeão no absoluto, enquanto na edição de 2017, subiu ao lugar mais alto do pódio na categoria acima de 100 kg. No topo da cadeia alimentar do jiu-jitsu e com uma carreira já irretocável, Almeida decidiu mudar de ares em busca de novos desafios.

Mudança para o MMA

Na temporada de 2020, Buchecha optou em trocar os tatames pelo cage, migrando para o MMA profissional. Sua primeira casa na nova modalidade foi o ONE Championship, liga asiática. Sua aguardada estreia veio somente no ano seguinte, em 2021, quando finalizou Anderson Silva, o ‘Braddock’, ainda no primeiro round. O roteiro se repetiu nos três confrontos seguintes, com Marcus construindo um promissor cartel de 4-0, sendo quatro triunfos pela via rápida no assalto inicial da disputa.

Em sua quinta experiência nas artes marciais mistas, entretanto, Buchecha conheceu sua primeira e, até então, única derrota. Em novembro de 2023, o brasileiro duelou contra o gigante senegalês Oumar Kane. Com boa base no wrestling, o rival foi capaz de equiparar as ações e, ao fim da disputa, foi declarado vencedor na decisão dos juízes. Apesar do revés, Marcus voltou em grande estilo e, em 2024, finalizou Amir Aliakbari – em confronto que marcaria sua despedida do ONE Championship.

Chegada ao UFC

Assim como outros atletas do plantel do ONE, Buchecha reclamou publicamente das poucas oportunidades que tinha para se manter ativo no MMA. Insatisfeito com a baixa assiduidade, o brasileiro conseguiu se desvincular da liga asiática e, rapidamente, entrou no radar das principais organizações da modalidade. Mas quem conseguiu assinar com o multicampeão de BJJ foi o UFC, que está prestes a presenciar Almeida em ação pela primeira vez no octógono mais famoso do mundo.

De volta à Abu Dhabi: Roteiro de filme

Ao lado do Rio de Janeiro e outras sedes icônicas, Abu Dhabi é apontada como uma das ‘capitais’ do jiu-jitsu mundo afora. Não à toa, boa parte dos títulos conquistados por Buchecha foi na região dos Emirados Árabes Unidos. E, coincidentemente ou não, sua estreia no UFC foi programada justamente para o emblemático local. De olho em toda sua trajetória como competidor, o brasileiro admitiu, em entrevista exclusiva à Ag Fight, que o momento é tão especial que se assemelha com um “roteiro de filme”.

“Muito da minha história se resume aqui, eu fiz aqui. Ganhei muitos títulos no World Pro, tenho dois títulos do ADCC (Abu Dhabi Combat Club). Eu tenho muito de Abu Dhabi na minha história, na minha carreira. 2015 foi a última vez que eu lutei aqui, dez anos depois eu estou de volta, competindo no UFC, no maior show que tem. Tive um suporte muito grande aqui, fiz muitos amigos durante essas idas e vindas para competir em Abu Dhabi ao longo dos anos. Foi muito bom essa luta ser aqui. Vim um pouco mais cedo, me adaptei, tive todo o suporte, tenho muitos amigos aqui. Está sendo um roteiro de filme, tudo perfeito, espero que continue assim até sábado”, destacou Marcus.

Futuro promissor

Com credenciais acima da média e uma base de fãs já estabelecida, Buchecha chega em posição privilegiada no Ultimate. Não à toa, seu debute na liga já será contra um rival ranqueado: Martin Buday, 13º colocado da categoria. Disposto a fazer valer as altas expectativas e um futuro promissor pela frente no UFC, Marcus se espelha em alguns compatriotas e aposta no carro-chefe para se diferenciar dos demais pesos-pesados e estar sempre “um passo à frente”.

“Principalmente no peso-pesado, muitos são bons no striking, tem aquele poder de nocaute com um golpe, mas o jiu-jitsu, o jogo de chão da maioria não é bom. Tanto que o Valter (Walker) e o (Jailton) Malhadinho fazem com excelência o jiu-jitsu e conseguem ganhar bastante lutas. Eu, vendo brecha ou não, sempre vou acreditar no meu jiu-jitsu – então, para mim, nada mudou (risos). Eu vou usar meu jiu-jitsu na divisão independentemente contra quem. Mas, realmente, quem tem o jiu-jitsu afiado está um passo à frente”, opinou o brasileiro.

Marcus Buchecha estreia no UFC logo na luta de abertura do evento em Abu Dhabi, diante de Martin Buday. Além do multicampeão de jiu-jitsu, o Brasil terá mais três atletas em ação no show: Carlos Leal, Amanda Ribas e Tabatha Ricci. O ‘main event’ ficará por conta do confronto entre Robert Whittaker e Reinier de Ridder.

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Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

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