Entrevistas
Após show no UFC Invitational 8, Renato Canuto revela inspiração no jiu-jitsu de Charles do Bronx
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Diego Ribas, em Las Vegas (EUA)
Renato Canuto é um dos atletas mais empolgantes da nova geração do grappling para se ver em ação na atualidade. E na última quinta-feira (10), em Las Vegas (EUA), durante o UFC Fight Pass Invitational 8, isso foi novamente comprovado. Com uma tesoura voadora que se transformou em uma chave de calcanhar, o brasileiro finalizou PJ Barch no ‘co-main event’. Na comemoração, um mortal no tatame que levou os fãs presentes no ‘Apex’ à loucura (veja abaixo ou clique aqui). Com um estilo agressivo e plástico, o atleta de 28 anos revelou, em entrevista exclusiva à Ag Fight, que se inspirou em Charles Oliveira no seu início de carreira.
Atualmente, Canuto, campeão mundial de jiu-jitsu com e sem quimono em 2017 e 2021, respectivamente, já se consolidou como uma das estrelas do mundo do grappling. Mas para alcançar tal holofote no meio, o brasileiro se inspirou em algumas figuras para moldar, em seus primeiros passos de trajetória, o estilo ofensivo e irreverente nos tatames. E uma dessas inspirações foi ‘Do Bronx’, ex-campeão peso-leve (70 kg) do UFC e maior finalizador da história da principal organização de MMA do mundo.
“O meu foco no jiu-jitsu durante toda a carreira, o que sempre gostei é de quem luta para frente. Esses caras que lutam para frente sempre chamaram minha atenção e eu tento emular, fazer mais e mais. Esses golpes voadores eu treino desde moleque. Quando dá certo, é irado (risos). Quando eu comecei, na minha cidade, estava em São Vicente, o cara que mais me chamou a atenção primeiro foi o Charles Oliveira, na verdade. Ele era faixa-azul. Sim, o do Bronx. O moleque era faixa-azul, época dele de azul e roxa, foi a que eu assisti mais de perto. O moleque sempre teve um jeitão de lutar, aquele favela jiu-jitsu, aquela ginga. Ele fazia vários truques, acrobacias que eu achava legal. Foi um cara (que me inspirei)”, revelou Renato.
Planos para migrar para o MMA
Além de se inspirar em ‘Do Bronx’, Canuto pode, no futuro, tentar repetir a trajetória do atleta da ‘Chute Boxe Diego Lima’. Afinal, apesar de seu destaque nas competições de jiu-jitsu e grappling na atualidade, Renato garante que uma eventual transição para o MMA profissional está bem próxima de acontecer. Livre de um contrato prévio assinado com o ONE Championship – onde chegou a competir na luta agarrada -, o brasileiro visa iniciar seu caminho na nova modalidade no circuito regional para, então, galgar desafios maiores.
“Se não no fim deste ano, no começo do ano que vem, com certeza (sobre estreia no MMA). Finalmente estou fora do contrato que estava preso há um tempo, estou livre para lutar, free agent, aberto a propostas. Talvez (um evento) aqui (nos EUA), talvez um Fury. Qualquer evento local, aqui pelo Estados Unidos, se possível, é melhor. Começar por baixo, até porque quando fui para um evento grande (ONE), fiquei preso (no contrato) e não lutei nada (risos). Quero começar de baixo e sentir. Não quero ser o cara do jiu-jitsu que vai lá e faz a gente passar vergonha. Quero ir lá e dar show. Estou treinando tempo suficiente, então acho que vai dar bom”, projetou o brasileiro.
Renato Canuto derrotou PJ Barch no ‘co-main event’ do UFC Invitational 8. A luta principal do evento de grappling promovido pelo Ultimate foi disputada entre Nick Rodriguez e Michael Pixley. Após um duelo parelho no tempo regulamentar, o vencedor do ‘Craig Jones Invitational’ tirou um coelho da cartola e finalizou o algoz de Nicholas Meregali no ADCC já na prorrogação do confronto, via mata-leão.
Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.