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Após vencer na estreia, Ruffy explica recado para Makhachev e desafia top 15 do UFC

Promessa da equipe ‘Fighting Nerds’, Maurício Ruffy impressionou em sua estreia no Ultimate e gerou comparações com Conor McGregor. E a confiança do brasileiro, dentro e fora do octógono, parece ser a mesma do irlandês. Prova disso é que mesmo ainda iniciando sua trajetória no principal evento de MMA do mundo, o peso-leve (70 kg) aproveitou para mandar um recado para o campeão de sua categoria e, de quebra, desafiar um top 15 do ranking.

Antes mesmo de subir no octógono do UFC Rio, Maurício fez questão de alertar Islam Makhachev sobre a chegada do “novo rei” da categoria. A provocação do jovem lutador de 27 anos ao russo se repetiu após sua vitória por nocaute sobre Jamie Mullarkey, no card preliminar da edição sediada na ‘Cidade Maravilhosa’, no último sábado (4). Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (clique aqui), Ruffy explicou a razão por trás do recado enviado ao campeão peso-leve do Ultimate.

“Foi só um recado, eu não desafiei ele. Até porque não tem condições, não tem como, eu lutar contra o campeão do UFC neste momento. Mas eu tenho o poder de falar para ele o que eu quero porque ele apostou contra mim (no Contender Series), ele falou que o companheiro dele iria ganhar de mim, e eu sou lutador da categoria dele. Ganhei do parceiro de sparring dele, que ele apontou como o melhor sparring dele, na categoria de cima. Fui lá e nocauteei o cara, na área dele, que é o grappling, no chão, finalizei a luta ali. Sei que eles são pessoas muito juntas, então sei que ele estava de olho em mim. Vou dar a oportunidade para ele quando quiser se vingar do amigo dele. ‘Não venha com ódio no coração'”, brincou Ruffy.

Desafio a top 15 dos leves

Ciente que um embate contra Islam Makhachev ainda não está ao seu alcance, Ruffy já volta suas atenções para um alvo mais acessível. Mas engana-se quem pensa que o brasileiro busca adversários ainda em início de trajetória no UFC, assim como ele. Na verdade, o atleta da ‘Fighting Nerds’ está de olho em um rival ranqueado na divisão até 70 kg da entidade.

Eu tenho um nome que eu quero desafiar. Já pensei bastante, acho que seria uma grande luta. É o Bobby Green. Acho que seria uma luta muito boa para o momento que eu estou chegando agora, seria incrível essa luta acontecer. Admiro muito ele, o estilo de luta dele, acho que seria uma luta que os fãs gostariam de ver. Vamos agitar para o Dana White mandar essa luta para nós”, declarou Maurício.

Apesar de não ser algo comum na liga, Maurício acredita que pode receber a chance de enfrentar um rival de divisão ranqueado já em sua segunda luta no Ultimate. Muito elogiado pelo presidente da companhia, Dana White, Ruffy também lembrou o caso de Alex Poatan, que em poucas lutas chegou ao título dos médios (84 kg), para corroborar seu pensamento.

“Acho que sim (me dariam um ranqueado). O próprio Dana White falou que foi uma das maiores estreias de todos os tempos do UFC (a minha). Eu provei o meu valor. Eles me deram um cara que já tem dez lutas na organização e eu mostrei que estou em um nível diferente. Se o UFC me mandar esses caras que estão começando, vai ser igual, não vai ter show para a galera, não vai ter uma luta disputada. E eu quero poder subir (no cage) e sair na mão, quero que os caras trabalhem para me tocar, quero que seja uma luta trabalhada, não só eu chegar lá e finalizar as lutas. Mesmo eu acreditando que minhas lutas serão assim – a galera vai ter muita dificuldade de me tocar. Mas eu acredito que seria uma luta muito boa. Se essa luta saísse seria incrível”, concluiu.

No MMA profissional desde 2016, Maurício Ruffy possui um cartel de dez vitórias – todas por nocaute – e apenas uma derrota. O atleta da Fighting Nerds conquistou seu contrato com o UFC em outubro do ano passado, ao superar Raimond Magomedaliev, amigo e parceiro de treinos do campeão peso-leve do UFC Islam Makhachev. Na sua estreia na organização, no sábado, o brasileiro brilhou no palco do UFC Rio e derrotou o experiente Jamie Mullarkey, que já tinha dez lutas na entidade.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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