Siga-nos

Entrevistas

André Mascote relembra mordida sofrida no UFC e lamenta demissão de rival: “Chateado”

Logo em sua estreia no Ultimate, André Lima foi figura central de uma situação inédita na organização: uma mordida no meio de uma luta. No último sábado (23), no UFC Vegas 89, o peso-mosca (57 kg) brasileiro se tornou alvo do ‘ataque ilegal’ do compatriota Igor Severino, que também fazia seu debute na liga. Após o combate, que terminou via desqualificação, ‘Mascote’ relembrou o inusitado momento e, apesar dos pesares, lamentou também a demissão de seu adversário

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight pós-show, Mascote admitiu que não gostaria de ter o braço erguido desta maneira e comparou o episódio ao icônico duelo no boxe entre Mike Tyson e Evander Holyfield, em 1997. Após o evento, o brasileiro eternizou a marca da mordida com uma tatuagem e, de quebra, ainda recebeu o bônus de 50 mil dólares (R$ 250 mil) do UFC pela ‘Mordida da Noite’.

“Não foi do jeito que a gente queria, mas felizmente Deus me abençoou com mais uma vitória. Infelizmente tomei uma mordida na luta, nunca vi isso acontecer, só com o Mike Tyson (risos). Meu oponente acabou me mordendo e infelizmente pararam a luta. No primeiro segundo, na minha cabeça, achei que a grade que tinha entrado no meu braço. Aí gritei: ‘Ai, ai ai’. Depois que vi que foi mordida. Então fiquei sem entender. Pensei: ‘Velho, como alguém vem para uma luta para morder?’. Não sei explicar, na verdade. Eu iria conversar com ele, mas não deixaram. Na verdade, eu perguntei: ‘Por que você me mordeu, doido?’. A luta estava boa, estava ‘toma lá, dá cá’. Tinha tudo para ser uma das melhores da noite, mas ele me mordeu e aconteceu isso”, relembrou André.

Tristeza pelo fim do sonho do rival

A conduta antidesportiva de Igor Severino lhe rendeu sua primeira derrota no MMA profissional e também lhe custou o emprego no Ultimate. Momentos após a luta, Dana White indicou que demitiria o paraense – informação posteriormente confirmada pela transmissão oficial do UFC Vegas 89. Apesar de ter sido a ‘vítima’ da situação, André Mascote admite que ficou triste ao saber que seu adversário teve seu sonho de competir na principal organização do mundo encerrado.

“Não sei se foi por conta da adrenalina, porque lá dentro do octógono é outro mundo, adrenalina fora da curva. Aí pensei: ‘Ah, sei lá, ele se emocionou e acabou me dando uma mordida’. Para ser bem sincero, fiquei chateado (com a demissão dele). Porque eu sei que o sonho que eu tenho de estar no maior evento do mundo ele também tem. Ele é muito novo. Não sei se foi maldade dele. Imaturidade, talvez. Emoção na hora da luta. Então fiquei chateado dele ser demitido, ele só tem 21 anos de idade e a única derrota que ele teve foi por conta desse motivo. Ele não mostrou nada para o mundo, aí fiquei chateado. Se fosse eu no lugar dele, estaria bem triste agora”, lamentou André.

Com apenas 25 anos, Mascote ampliou sua invencibilidade no MMA profissional – mesmo que de forma pouco convencional via desqualificação do rival. Agora, o baiano detém um cartel de 8-0 na modalidade. Especialista na trocação e empolgante dentro do octógono, André tende a ter um futuro promissor dentro do UFC, sobretudo após sua estreia bastante midiática.

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

Mais em Entrevistas