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Entrevistas

Sem tempo a perder! Larissa Pacheco manda recado para haters: “Deixo se matarem sozinhos”

Luta após luta, Larissa Pacheco prova seu valor e se consolida como uma das maiores representantes do MMA feminino em atividade no mundo. No entanto, apesar do ótimo momento desportivo – que culminou com a conquista do torneio peso-leve (70 kg) da PFL em 2022 – a atleta brasileira ainda lida diariamente com mensagens indelicadas e recheadas de preconceito. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, a paraense analisou tal cenário e mandou um recado para os denominados ‘haters’ da internet.

Em novembro de 2022, quando colocou um fim na invencibilidade de Kayla Harrison no MMA e se tornou campeã da PFL, Larissa não deixou de ser alvo em suas redes sociais. À época, a brasileira chegou a rebater alguns dos comentários que lhe foram direcionados, mas atualmente, a brasileira garante que não tem tempo a perder com os ‘valentões virtuais’.

Não tenho tempo para perder com essa galera (haters). Eu respondo porque é bom, gera engajamento. Provoco eles, consigo cutucar, sabe? Nada nunca foi fácil na minha vida. Não nasci rica, não tive privilégios de ter uma proteção, uma boa escola, ou estar em lugares que me protegessem. Aprendi tudo na rua, sou cria da rua, aprendi a me virar na rua. Para um cara vir falar um negócio desses para mim, ou ele tem que me encarar de frente para a gente trocar porrada – que ele não vai fazer isso -, ou ele tem que ter moral em alguma coisa”, destacou Pacheco.

Comentários preconceituosos predominam

Até os dias de hoje, o MMA feminino enfrenta resistência de partes dos fãs e até mesmo lutadores consagrados, que questionam o mérito e importância da modalidade. Para além disso, Larissa encara de frente falas preconceituosas que atacam diretamente fatores de sua vida pessoal, como sexualidade e aparência. Ciente de si, a brasileira destaca que tais mensagens normalmente são enviadas por indivíduos que não são exemplos de bons cidadãos, pelo contrário. E, até por isso, não lhe atingem ou afetam.

“E os caras que eu vejo (criticando), não tem p*** nenhuma. Não são nada. Ficam o dia inteiro no sofá. Ou são caras que provavelmente são escrotos com suas mulheres, devem bater em mulher, não pagam pensão do filho. Para poder falar de mim, da minha sexualidade ou do jeito que me visto, da minha aparência, o cara tem que ser, no mínimo, uma pessoa íntegra e divina, para Deus já pegar e falar: ‘Você tem uma vaga no céu’. A gente sabe que não existem pessoas assim. Não critico ninguém, não me meto na vida de ninguém. Trabalho, faço minha parte. Não mexo com ninguém, então quando mexem comigo, eu respondo. Mas deixo eles se matarem e se baterem sozinhos, não ligo”, concluiu a atleta brasileira.

Nesta sexta-feira (24), Larissa enfrenta Marina Mokhnatkina na final do ‘GP’ das pesos-penas (66 kg) da PFL. Caso saia vitoriosa, a paraense – além de embolsar o prêmio de 1 milhão da dólares (R$ 4,9 milhões) – se tornaria a primeira mulher campeã em duas categorias de peso diferentes dentro da organização.

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

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