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Johnny Walker aprova empate entre Ankalaev e Blachowicz: “Ninguém quer um campeão chato”

O empate apontado pelos juízes na luta entre Magomed Ankalaev e Jan Blachowicz, no UFC 282, dia 10 de dezembro, frustrou a expectativa da organização e deixou o título dos meio-pesados (93 kg) ainda sem dono. Depois da grave lesão sofrida por Jiri Prochazka, que o obrigou a abdicar do cinturão, o Ultimate esperava coroar o novo rei da divisão justamente no duelo entre o russo e o polonês, mas acabou tendo que marcar uma nova disputa, desta vez entre Glover Teixeira e Jamahal Hill, para o dia 21 de janeiro. Apesar disso, há quem enxergue o lado positivo da situação.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (clique aqui), Johnny Walker – membro do top 15 do ranking meio-pesado do UFC – ponderou que, apesar do cinturão da categoria continuar vago, o empate entre Ankalaev e Blachowicz foi o melhor resultado possível, tanto para os fãs do esporte, como para a entidade presidida por Dana White. Na visão do brasileiro, a vitória para qualquer um dos dois rivais premiaria uma atuação abaixo do esperado em uma disputa de título.

“Eu acho que foi muito bom isso tudo que aconteceu. A luta entre o Ankalaev e o Blachowicz foi meio morna. Eu acho que não só o UFC, como o público, ficaram felizes com esse empate. Porque eles não iam querer um campeão chato, aquele cara que só ganha nos pontos. A galera gosta de ver nocaute, gosta de ver finalização. Gosta de ver os caras dando o sangue tentando finalizar a luta até o último segundo. Acho que foi bom para o UFC e para os fãs, tendo essa nova disputa de cinturão entre o Glover e o Jamahal, porque os dois são lutadores animados, que todo mundo quer ver, sabe que eles dão o melhor deles para poder finalizar a luta. É isso que o público e o UFC gostam de ver”, afirmou Johnny.

Além de ter ficado satisfeito com o empate, por não premiar um desempenho mediano com um título, Johnny viu justiça na pontuação final. Para Walker, a ascensão de Ankalaev nos round finais da disputa, depois de Blachowicz ter levado a melhor no início do confronto, não foi o suficiente para garantir a vitória. Na visão do carioca, faltou ao russo um pouco mais de senso de urgência dentro do cage, a fim de sacramentar o triunfo pela via rápida e não deixar a decisão nas mãos dos jurados laterais do evento.

“Eu acho que foi empate sim. Porque no começo, o Blachowicz estava magoando bastante a perna do Ankalaev, mas no final o Ankalaev começou a botar mais para baixo e controlar. Terminou o último round por cima, batendo, mas nos outros rounds ele não ganhou tão disparado. Então, eu acho que foi uma boa decisão dos juízes dar aquele empate. Se o cara quisesse finalizar a luta, ele dava um pouco mais (no final). Se foi para a mão dos juízes, não tem o que reclamar, tem que aceitar a decisão”, sacramentou o brasileiro.

O cinturão dos meio-pesados, ainda vago desde que Jiri Prochazka abdicou dele por conta da grave lesão sofrida, que o deixará muito tempo afastado dos octógonos, será colocado em jogo novamente no próximo dia 21 de janeiro, na luta principal do UFC 283, no Rio de Janeiro, em duelo que será protagonizado por Glover Teixeira e Jamahal Hill. No mesmo evento, Johnny Walker medirá forças com o escocês Paul Craig, nono colocado no ranking até 93 kg do Ultimate.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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