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Louis Grasse/PxImages

UFC

Juiz da luta de Charles ‘Do Bronx’ no UFC 262 justifica pontuação polêmica; entenda

No último dia 15 de maio, Charles ‘Do Bronx’ venceu Michael Chandler, pela luta principal do UFC 262, em Houston (EUA), e conquistou o cinturão peso-leve (70 kg) da organização. Porém, a festa pelo triunfo – que se concretizou no segundo round da peleja, por meio de um nocaute aplicado pelo brasileiro – poderia ter se transformado em revolta e polêmica, caso o combate tivesse sido decidido pelas papeletas dos jurados.

Isto porque dois dos três responsáveis pela pontuação da disputa marcaram vitória de Michael Chandler por 10 a 8 no primeiro assalto, fato que causou estranheza em grande parte da comunidade do MMA ao ser divulgado, momentos depois do término do evento. De fato, a etapa inicial foi vencida pelo americano, que esteve próximo de encerrar o combate de forma prematura após acertar potentes golpes no rival, porém a primeira metade do round foi controlada por ‘Do Bronx’, o que não configuraria o amplo domínio necessário para o placar apontado pelos juízes.

Ciente da polêmica causada pela divulgação das papeletas com a pontuação parcial da disputa, Sal D’Amato – um dos juízes que pontuou o primeiro round com 10 a 8 para Chandler – se defendeu das críticas. Em entrevista ao site ‘MMA Junkie’, o profissional explicou o critério utilizado por ele ao analisar o combate e admitiu que talvez não repetisse seu julgamento se soubesse que o brasileiro voltaria em boas condições para a segunda etapa, demonstrando que a avalanche de golpes aplicada pelo rival não o afetou tão profundamente.

“O critério, se você ler, mostra que naquele round você poderia marcar um 10-8. Agora, eu entendo o argumento para 10-9, mas naquela noite eu pontuei 10-8, e uma das razões é que, no critério, aquilo consta como um 10-8. Nosso critério também afirma um round 10-8, se um lutador causar dano a um oponente e não dominar o round inteiro. Bem, eu diria que Oliveira sofreu dano naquele round. Ele esteve perto de ser finalizado. Agora, claro que Oliveira teve seus momentos, o derrubou, pegou suas costas. (Mas) para mim, ele não estava levando perigo nas costas”, recordou Sal D’Amato, antes de continuar.

“Ele segurou a posição e depois Chandler reverteu, e dois minutos para acabar, Chandler quase o nocauteou. Oliveira meio que se dobrou e levou alguns golpes e depois ficou de costas no chão. Eu acho que se ele não botasse as costas no chão aquela luta poderia ter sido interrompida com outro soco. E foi por isso que eu fiz isso (10-8). Na hora, na hora de verdade, eu pensei: ‘Eu estou mais para 10-8 do que para 10-9’. E foi por isso que eu fiz isso. É por isso que nós temos dificuldades como juízes”, concluiu o juiz.

Ao final, Charles conseguiu se recuperar plenamente no intervalo entre o primeiro e segundo rounds, voltando com tudo e conquistando sua vitória por nocaute aos 19 segundos da segunda etapa. Com isso, o brasileiro evitou uma grande polêmica que poderia se instaurar em razão da controversa pontuação dos juízes.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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