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Klidson não se intimida com frio e torcida contra no UFC Rússia: “Sobrevivo em qualquer lugar”

Klidson Abreu possui 15 vitórias e três derrotas em seu cartel – Reprodução/ Instagram

Em busca de sua segunda vitória no Ultimate, Klidson Abreu encara Shamil Gamzatov neste sábado (9), pelo UFC Rússia. Além do rival, que luta em casa, o meio-pesado (93 kg) precisará se adaptar e superar o frio do país europeu. Nada que assuste o manauara que, em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, afirmou que o foco na vitória não será abalado por fatores externos.

Em favor do brasileiro está o fato de ter competido duas vezes na Rússia, antes de assinar com o Ultimate, além de já ter morado em Curitiba, circunstância que o tranquiliza quanto à adaptação ao frio. Nem mesmo a pressão da torcida local em favor do atleta da casa tira o sono de Klidson, que jogou a responsabilidade para o adversário e explicou que ao entrar no octógono se desliga de todas as distrações de fora.

“Já ter lutado aqui (na Rússia) tem suas vantagens. Antes de entrar no UFC eu fiz duas lutas aqui, foram os combates que carimbaram o passaporte para (assinar com) o Ultimate. Aqui está frio demais, era para estar nevando, mas ainda não está. Os caras falaram que está calor (risos). Mas eu sou manauara, sou guerreiro, sobrevivo em qualquer lugar. Eu morei um tempo em Curitiba, lá também é frio. Então, estou um pouco adaptado ao frio”, contou Klidson, antes de comentar sobre a pressão da torcida.

“Depois que eu entro no octógono, eu me concentro, foco só na busca pelo meu objetivo, que é a vitória. Eu sei que o fator torcida conta muito, mas ele que está com a ‘batata quente na mão’”, declarou o meio-pesado.

Faixa-preta de jiu-jitsu, Klidson aposta na sua modalidade de origem para superar não só o adversário do próximo sábado, como também para chegar ao topo da categoria até 93 kg. De acordo com ele, sua excelência no jogo de chão pode ser o diferencial em uma divisão onde a maioria dos principais lutadores se destaca pelo jogo em pé ou pelo wrestling.

“Se eu colocar meu jogo em prática e levá-lo para o chão, acredito que vou sair vencedor nessa luta (contra Gamzatov). O jiu-jitsu sempre foi meu carro-chefe. Vejo na minha categoria muitos lutadores bons de porrada, bons de wrestling, mas não vejo um cara tão bom no jiu-jitsu. Então, se eu conseguir impor meu jogo de chão, tanto por baixo quanto por cima, vai me ajudar a subir na divisão”, analisou o brasileiro.

Ainda que foque na arte suave, Klidson sabe que para triunfar no MMA, e especialmente no UFC, precisa se tornar um lutador completo. Com base nisto, o lutador se mudou para os Estados Unidos neste ano e passou a treinar na American Top Team, uma das mais conceituadas academias do mundo. Já adaptado ao novo habitat, o meio-pesado comprova seu crescimento apontando para sua última apresentação no octógono, quando derrotou o experiente Sam Alvey por decisão unânime dos juízes, após três rounds onde a trocação prevaleceu.

“Meu wrestling melhorou muito lá (na ATT). Mas acho que melhorei o conjunto todo. Na minha última luta peguei um aprendizado bom, consegui fazer os três rounds em pé, e eu sou um cara que veio do jiu-jitsu. Então, estou pegando mais confiança a cada luta para sair na mão também”, explicou.

Ambicioso, o brasileiro – que no momento ainda não se encontra ranqueado na lista dos top 15 da divisão – projeta chegar ao topo da categoria até a conclusão do ano que vem. Para isso, Klidson pretende desafiar algum lutador ranqueado caso conquiste a vitória contra Shamil Gamzatov neste sábado. E em seu caminho pode pintar, inclusive, um velho conhecido: Johnny Walker, a quem o manauara finalizou em outubro de 2015, pelo evento Samurai FC.

“Depois dessa luta, com uma vitória, quero lutar com um top 10. Vou pedir para lutar com os caras (do topo) para mostrar nosso trabalho cada vez mais e (no futuro) enfrentar o campeão da divisão. Meu pensamento é até o ano que vem chegar ao top 5 (da categoria), para em breve disputar o título”, projetou o meio-pesado, antes de comentar sobre um possível segundo confronto contra Walker.

“Já ganhei dele uma vez. Estou pronto. Se o UFC colocá-lo (na minha frente), ele vai rodar de novo”, concluiu.

Oponente deste sábado no UFC Rússia, Shamil Gamzatov será o quinto adversário russo na carreira de Klidson Abreu. Antes de assinar com o Ultimate o brasileiro já havia derrotado três lutadores do país europeu, façanha que lhe rendeu a alcunha de ‘Terror da Rússia’. No entanto, em sua estreia pela maior organização de MMA do mundo, o meio-pesado acabou derrotado por Magomed Ankalaev, apontando seu primeiro revés para atletas desta nacionalidade.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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