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Brasileira do UFC se pronuncia após levar dois anos de suspensão por doping

Após ser flagrada em exame antidoping realizado no dia 27 de julho deste ano – quando foi derrotada por Gillian Robertson, no UFC 240 –, Sarah Frota utilizou suas redes sociais para se pronunciar sobre o caso (veja abaixo ou clique aqui). Na última terça-feira (17), a USADA (agência antidoping americana) divulgou o resultado do exame, que apontou múltiplos metabólitos do esteroide anabolizante sintético estanozolol, e a punição de dois anos aplicada à brasileira.

Na publicação, feita em sua conta oficial no Instagram, Sarah relembrou as batalhas que enfrenta desde jovem, por fugir dos padrões impostos pela sociedade, para explicar que para ela o MMA sempre foi não só um esporte, mas uma plataforma para lutar por suas causas. Ao comentar sobre o doping, a brasileira se defendeu alegando que o resultado positivo ocorreu por ter ingerido um medicamento contaminado.

“Poucos sabem, mas eu luto desde pequena. Antes dos ringues, do MMA, da bandeira do Brasil nas costas, do sangue escorrendo pelo rosto, televisionado, esperado, aplaudido (ou vaiado), eu já lutava. Lutava contra ‘padrões’. Enfrentei batalhas diárias contra olhares gritando que algo em mim não agradava, não encaixava. (…) Por isso, quando iniciei minha carreira no MMA minha ideia sempre foi o de ser exemplo para as crianças e mulheres e, também por isso, “A” luta nunca foi apenas uma luta”, escreveu.

“Hoje eu estou enfrentando mais um capítulo dessa rotina de lutas. (…) Já fiz sete exames para USADA, sempre limpo – irretocável trajeto – mas, neste último exame tive a desagradável surpresa: uma acusação de doping. Tomei um medicamento de rotina (que já havia tomado outras vezes), no entanto, me coloquei em risco porque consumi um medicamento CONTAMINADO fornecido por um amigo (que também não imaginava o que viria pela frente) e NÃO pela farmácia que me patrocina”, explicou a atleta.

Ela ainda garantiu que este não é o fim de sua carreira. ‘A Treta’ tem 32 anos e estreou no MMA em 2016, finalizando Bruna Felício, e emendou uma sequência de nove triunfos, o que garantiu sua chegada ao UFC. Seu passaporte à maior organização do mundo foi carimbado por meio do programa ‘Contender Series’.

“Não tenho muito a dizer a não ser pedir desculpas a todos que me acompanham e torcem por mim. Não. Eu não vou desistir. E, não; a minha carreira não acabou. Desistir nunca foi meu forte e agora mais do que nunca eu preciso mostrar para a SARAH FROTA quem é A TRETA. Nasci para isso e levarei esse legado até meu túmulo, recomeçando quantas vezes precisar”, finalizou.

Sarah Frota estreou no Ultimate em fevereiro, no UFC Fortaleza, e voltou à atividade em julho. Nas duas lutas pela organização, porém, a brasileira foi derrotada por Livinha Souza e Gillian Robertson. Com os resultados negativos e a suspensão de dois anos por doping, a lutadora deve ser dispensada pela entidade.

 

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Poucos sabem, mas eu luto desde pequena. Antes dos ringues, do MMA, da bandeira do Brasil nas costas, do sangue escorrendo pelo rosto, televisionado, esperado, aplaudido (ou vaiado), eu já lutava. Lutava contra ‘padrões’. Enfrentei batalhas diárias contra olhares gritando que algo em mim não agradava, não encaixava. Dói. Espeta como agulha esse enfrentamento diário. Mas não mata. Essa incontornável convivência com a inconformidade, em verdade, nunca me abalou. Pelo contrário, reforçou em mim a ideia de que eu era uma lutadora nata. Ciente dessa minha força é que decidi lutar, ocupar local de fala, de representatividade. Por isso, quando iniciei minha carreira no MMA minha ideia sempre foi o de ser exemplo para as crianças e mulheres e, também por isso, “A” luta nunca foi apenas uma luta. Nunca foi só o dinheiro. A escola de onde venho me ensina que a luta é caráter, dignidade e lealdade, carrego comigo a ideologia das artes marciais e jamais abrirei mão por ganância. Hoje eu estou enfrentando mais um capítulo dessa rotina de lutas. Sou faixa preta de jiu jitsu. Campeã brasileira. Tenho 11 lutas de MMA, com 9 vitórias e 2 derrotas. Já fiz 7 exames para USADA, sempre limpo – irretocável trajeto – mas, neste último exame tive a desagradável surpresa: uma acusação de dopping. Venho tornar público os fatos que cercam essa acusação em respeito à todos que acompanham o meu trabalho. Eu tive um grande contratempo, que está sendo resolvido. Tomei um medicamento de rotina (que já havia tomado outras vezes), no entanto, me coloquei em risco porque consumi um medicamento CONTAMINADO fornecido por um amigo (que também não imaginava o que viria pela frente) e NÃO pela farmácia que me patrocina. Não tenho muito a dizer a não ser pedir desculpas a todos que me acompanham e torcem por mim. Não. Eu não vou desistir. E, não; a minha carreira não acabou. Desistir nunca foi meu forte e agora mais do que nunca eu preciso mostrar para a SARAH FROTA quem é A TRETA. Nasci para isso e levarei esse legado até meu túmulo, recomeçando quantas vezes precisar.

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Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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