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Colby Covington explica fracasso nas negociações para luta pelo cinturão do UFC

O tão esperado confronto entre Colby Covington e Kamaru Usman, em disputa pelo cinturão meio-médio (77 kg), parece que não irá mais acontecer no UFC 244, em Nova York (EUA). Aparentemente, as negociações entre o Ultimate e os lutadores não evoluíram, e coube ao falastrão americano o papel de explicar os impasses que levaram as tratativas ao insucesso até o momento.

Ao site ‘MMA Fighting’, Covington contou que havia aceitado verbalmente o combate contra o rival, que aconteceria no dia 2 de novembro, pelo card do evento com sede no Madison Square Garden. No entanto, a proposta financeira oferecida pelo Ultimate foi considerada insatisfatória por ele. De acordo com o atleta – que se auto-denomina como o real campeão da categoria –, a organização sinalizou com um valor correspondente a um desafiante ao título. Além disso, o americano se irritou com o fato da organização não levar em consideração a exposição que ele trás à marca da companhia e os sacrifícios que ele, supostamente, fez.

“O que aconteceu exatamente foi que o UFC me ofereceu um valor básico de desafiante. Eu disse não, eu não estou desafiando. Eu sou o campeão. Eu nunca perdi, eu acabei de defender o meu título. Eu trouxe os Trumps. Eu consegui um tweet do (Donald) Trump, isso é como 3,5 milhões de dólares em marketing”, declarou o simpatizante do presidente dos Estados Unidos, antes de completar o desabafo.

“Coloquei minha vida em risco por essa companhia. Fui ao Brasil, disse coisas bizarras em um lugar onde as pessoas, literalmente, queriam me matar. Tive gangues das favelas vindo atrás de mim, e eles ainda vem até mim com um valor básico de desafiante, um dinheiro tipo taxa de entrada? Eu estou tomando uma posição pelo que é certo. Não estou pedindo por nada injusto. Eu estou apenas pedindo por algo razoável pelo trabalho que eu faço. Eu estou apenas pedindo pelo que eu conquistei e pelo que eu mereço”, desabafou o excêntrico lutador, que criou polêmica com suas declarações desrespeitosas quando esteve no Brasil, em outubro de 2017, para enfrentar Demian Maia.

Irritado, Covington revelou que, após a primeira oferta feita pelo UFC, não houve uma sequência nas negociações por parte da entidade. De acordo com ‘Chaos’, como é conhecido, os dirigentes da organização deixaram claro que era pegar ou largar a proposta inicial.

“Eles não me deram uma negociação. Eles falaram ‘pegue isso ou vamos seguir para outra pessoa’. Isso não é como uma negociação funciona. Isso é um jeito péssimo de fazer negócio, e se é assim que eles querem fazer negócios, é problema deles. Eu li ‘A arte do negócio’ do Donald Trump. Eu sei como fazer um negócio e como os negócios são feitos. Eles não vão tirar vantagem de mim e tentar me colocar em uma posição de refém, onde eles não me dão nenhum espaço para negociar. Não é justo e não é o certo”, declarou Covington, que confirmou a informação de que o valor da proposta inicial do Ultimate foi abaixo do recebido por ele no confronto contra Robbie Lawler, em agosto deste ano.

“Isso é correto (valor menor oferecido). Isso é maluco, corrupto e não está certo. Os lutadores precisam aprender comigo que você precisa se posicionar pelo que você acredita e o quanto você recebe. A companhia está arrebentando. Teve 30% de crescimento no último trimestre, fazendo bilhões, o acordo com a ESPN, receitas de patrocinadores, estão arrebentando e eles vão em breve abrir capital. E eles não querem pagar os lutadores. Eu fiz coisas que nenhum outro fez antes e olha como o UFC me trata. Como você acha que eles vão tratar os outros caras que não fizeram nem metade do que eu fiz?”, concluiu Colby.

Apesar de as negociações terem se encerrado momentaneamente após o impasse com o valor oferecido a Covington, o meio-médio afirmou que espera uma resolução para o caso até o final deste ano. A rivalidade entre o ex-campeão interino da categoria e o atual campeão linear Kamaru Usman vem de algum tempo, com provocações feitas por ambas as partes, em especial pelo falastrão americano.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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